No início dos anos 90, um imparável impulso por conhecer novas formas musicais que transcenderiam o horizonte artístico do Paraguai que a região oferecia, levou a um reduzido grupo de amigos a iniciar correspondência com pessoas de sua geração que viviam na Europa, e que se confrontavam com a emergente cena que mais tarde se denominaria BLACK METAL. Aquilo que começou com uma troca de cartas entre músicos de distintas latitudes, foi-se convertendo em um sistema de crescente intercâmbio de idéias, pensamentos e materiais (demos em formato cassete) graças ao reconhecido fenômeno underground chamado TAPE TRADERS. Eram tempos em que as bandas de Death/grind Metal dominavam o movimento mundial de música extrema. Deicide, Morbid Angel, Entombed, Morgoth, Obituary, Napalm Death, Carcass, Dismember, Immolation e bandas afins marcavam a tendência que adotariam os grupos em formação nesta época. Por fim, todos os relacionamentos com artistas que trabalhavam com sons novos, que exploravam recursos técnicos inovadores, e que exibiam com fúria propostas absolutamente inovadoras e alejadas daquele status quo vigente, encontravam verdadeiro alívio e emoção. Estes jovens suíços, suecos, gregos e especialmente provenientes da Noruega, estavam crescendo com bandas até então desconhecidas e de escassa trajetória para uma cena internacional com seguintes nomes (Emperor, Thou Shalt Suffer, Samael, Burzum, Rotting Christ, Mayhem, entre outras). Não distante disso, seus logos artísticos moldados em condições mínimas e viscerais, se tornariam algo de dimensões incomensuráveis.
E neste conceito nascia SABAOTH, união de três músicos que, espontaneamente e energicamente, inauguravam um estilo musical desconhecido e escondido para a cena nacional. Em 1992, o corpsepaint, a introdução do teclado em uma banda de metal extrema, as linhas melódicas inseridas na crueza de seus acordes, a voz rasgada, totalmente aleijada do tom gutural do death metal, eram elementos totalmente opostos aos componentes que davam corpo ao panorama musical do Paraguai e incluindo a América do Sul. Dentro deste culto que se espalhava em 1993. Logo, o crepúsculo do sul, e paralelamente a isso ardiam igrejas em Noruega e Suécia, onde se perseguiam e prendiam músicos acusados de assassinato, possessão de armas e profanações; se iniciam blitz no Paraguai em busca de seitas satânicas e eram fechadas lojas de discos, se profanavam cemitérios e templos; pequenos lugares no interior do centro de Assunção acolheram um trio chamado SABAOTH, e um número crescente de pessoas empenhadas em coroar e pedir canções como Offering Ritual e Martyrium.
É complicado, e quase impossível referir-se a um trabalho por mim mesmo. Em tal sentido, só me cabe dizer que SABAOTH – SABAOTH é um álbum que exibe um Lord Norrack potente e brilhante, e um exuberante e carismático Zerthineth, que concentra e revela um espírito de uma época, sua energia, seu efeito às vezes mágico, as vezes devastador; uma brutal ousadia que em todos vão deixar marcas indeléveis.
Amigos, fãs, façam deste disco um material de Culto, como um dos pilares da discografia do metal paraguaio. No que diz a meu ver, me encantaria mantê-lo vivo e vigente, relembrá-lo neste labirinto de recordações chamado SABAOTH.
SABAOTH DEPOIS:
TEXTO ESCRITO POR ZETHYAZ.
TRADUZIDO, EDITADO E POSTADO POR ALVER 1349.
ALBUNS PARA DOWNLOAD:
SABAOTH - SABAOTH (1995): http://www.mediafire.com/?2dmoeywzgyk