A intenção da criação deste blog se fez perante a necessidade de uma discussão séria sobre um dos gêneros mais polêmicos de todos os tempos dentro do metal, o black metal.
Este estilo tem particularidades ideológicas, filosóficas e musicais, que o distinguem de outras vertentes do metal.
Além disso, será debatido os vários subgêneros dentro do Black Metal para buscar compreender o porque destes diferentes rótulos, tais como pagan, atmosferic, NSBM, entre outros.
Por fim, serão postados entrevistas, álbuns e vídeos de bandas relacionadas ao estilo, assim como texto de grandes pensadores que influenciaram o Black Metal como um todo.
Este estilo tem particularidades ideológicas, filosóficas e musicais, que o distinguem de outras vertentes do metal.
Além disso, será debatido os vários subgêneros dentro do Black Metal para buscar compreender o porque destes diferentes rótulos, tais como pagan, atmosferic, NSBM, entre outros.
Por fim, serão postados entrevistas, álbuns e vídeos de bandas relacionadas ao estilo, assim como texto de grandes pensadores que influenciaram o Black Metal como um todo.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Entrevista: Varg Vikernes:
Por Amarildo • fevereiro 28, 2010
O site Metal-Rules.com conduziu recentemente uma entrevista com o mentor do BURZUM, Varg Vikernes, com perguntas sobre “Belus”, o novo álbum da banda, e outros assuntos.
Segue a tradução da entrevista na íntegra.
NOTA: Varg é um assassino confesso, defensor da supremacia branca e possivelmente um incendiador de igrejas. As citações foram traduzidas da fonte citada e não expressam a opinião do site Whiplash! nem de nenhum outro senão a do próprio Varg Vikernes.
Metal-Rules.com: Um bom dia de inverno norueguês para você, Sr. Vikernes! Como vão as coisas por aí, provavelmente há muita neve…
Varg Vikernes: Bom dia para você também. As coisas vão bem na Noruega. Há muita neve, mas é assim que deve ser. Era assim quando eu era uma criança, e eu estou contente de ver o verdadeiro Inverno de volta. Por alguma razão ninguém mais tem falado sobre aquecimento global…
Metal-Rules.com: Depois de 11 anos sem lançar material novo, como você começou a criar as músicas e o conceito geral para o novo álbum, “Belus”? Foi um grande desafio compor grandes melodias e riffs que satisfizessem sua mente?
Varg Vikernes: Na verdade eu estive ativo todo o tempo, até certo ponto pelo menos, então eu nunca precisei retomar qualquer coisa. A música do disco ‘Belus’ foi feita antes, durante e depois de meu encarceramento.
Metal-Rules.com: Com uma base de fãs internacional, eu estou certo de que haverá alguns fãs que devem estar um pouco desapontados com o fato das letras do álbum serem todas em norueguês. Há um motivo para você não haver escrito nenhuma letra em inglês?
Varg Vikernes: Sim, há uma razão; o imperialismo americano. Os romanos exigiram que todo o mundo falasse latim, e os E.U.A., um país moralmente falido, tenta e quer ser o novo Império Romano, e o seu latim é o idioma americano (“inglês”). Eu sei que tenho uma base de fãs internacional, e é por isso que você pode encontrar traduções das letras do álbum para o francês, russo, italiano e possivelmente outras línguas no website burzum.org.
Metal-Rules.com: Como você acha que o novo álbum será recebido pelos fãs do Burzum, tendo em mente que 11 longos anos se passaram desde que seu álbum anterior, “Hlidskjalf”, foi lançado?
Varg Vikernes: Eles parecem gostar [do novo álbum].
Metal-Rules.com: Por que você decidiu não liberar todas as 11 músicas inicialmente planejadas para integrar o álbum “Belus”? As três faixas que ficaram de fora não se ajustavam ao conceito do álbum ou você planeja liberá-las mais tarde em outro lançamento do BURZUM?
Varg Vikernes: O tracklist que você viu não era definitivo. É assim que o processo de fazer álbuns funciona, você faz mudanças o tempo todo até se sentir satisfeito, e então você grava o álbum. Isso é tudo.
Metal-Rules.com: Agora que você tem à sua disposição tecnologias de gravação cujo acesso era sempre limitado ou simplesmente inexistia na prisão, as pessoas podem esperar uma produção para o novo álbum que soe diferente dos álbuns anteriores do Burzum?
Varg Vikernes: A produção está melhor, assim como o som, mas não se diferencia muito dos álbuns de metal lançados anteriormente. Continua soando cru e áspero, exatamente como eu queria que soasse.
Metal-Rules.com: Há algo especial nas letras de “Belus” que você quer que as pessoas percebam e entendam sem provocar suas mentes com metáforas complicadas que você pode ter incluído nos seus textos?
Varg Vikernes: Eu realmente acho que é melhor que as pessoas possam ler as letras e terem suas próprias opiniões a respeito, ou caso não queiram ter uma opinião, que lhes seja permitido ouvir o álbum sem sentir que eu tento forçar goela abaixo um “verdadeiro” significado para as letras. A arte deve ser percebida da forma mais subjetiva possível, se qualquer um quiser ver algo em “Belus” que eu não tinha planejado está tudo bem.
Metal-Rules.com: A arte gráfica dos álbuns do Burzum sempre refletiu sentimentos obscuros, frios, mas também uma beleza que enche os olhos. Qual o processo padrão a partir do qual você escolhe uma arte para a capa e a declara adequada para o BURZUM? Você tem uma certa visão em mente de como a arte de álbum deve ser?
Varg Vikernes: Eu sempre tenho uma certa visão.
Metal-Rules.com: Você ainda é um fã da obra “O Senhor dos Anéis” de J.R.R.Tolkien? Como muitos sabem, seu antigo pseudônimo “Count Grishnackh” provém do Orc Grishnákh. Eu sei que as histórias contadas por Tolkien devem muito às lendas escandinavas, e eu imagino que nisso consiste seu principal interesse, mas como um fã de Tolkien, eu estava um pouco curioso para saber sua opinião e de que forma a obra de Tolkien foi uma inspiração pra você.
Varg Vikernes: Isto pode te desapontar um pouco, mas eu devo confessar que meu interesse por Tolkien decaiu dramaticamente no decorrer dos anos. Suas habilidades lingüísticas são incríveis, suas histórias são ótimas e fascinantes, mas… sua perspectiva era muito Judaico-cristã, e o uso que faz das criaturas míticas é muito… ignorante. Ele até mesmo admitiu isso; quando escreveu o Senhor dos Anéis ele teve que corrigir seu engano de fazer o “hobgoblins” maiores que os “goblins” em seu trabalho anterior. Ele percebeu que na mitologia é o contrário disso que se observa, e assim ele criou os uruk-hai, para ter uma criatura que se assemelhava ao “hobgoblin” de sua obra anterior.
Varg Vikernes: Suas outras criaturas fantásticas, como os anões e os elfos, também são muito, muito diferentes dos anões e elfos da mitologia que ele usou como fonte. Os anões mitológicos (também chamados elfos negros) são habitantes dos túmulos, feios e escuros, enquanto os elfos mitológicos (ou elfos claros, se preferir) são meros espíritos. Os anões são originalmente os corpos dos antepassados mortos, ao passe que os elfos são seus espíritos. É dito que os anões forjaram armas poderosas e outros objetos porque os mortos eram enterrados com os seus pertences, e os vivos entravam em suas tumbas (no Dia das Bruxas) para coletá-los, ou de fato para “tomá-los de volta”, já que eles se viam como os mortos renascidos – e estes objetos lhes pertenciam.
Varg Vikernes: Agora, o mundo de fantasia de Tolkien ainda pode ser fascinante, maravilhoso e bonito, mas não é nada mais que fantasia, e eu prefiro o mundo de fantasia mitológico que o mundo de fantasia moderno de Tolkien. Em linhas gerais é isso.
Varg Vikernes: Ah, e aquele filme hollywoodiano do Senhor dos Anéis foi realmente uma porcaria, uma verdadeira decepção. É o que Hollywood sempre faz, mesmo com as boas histórias…
Metal-Rules.com: Todos os álbuns antigos do BURZUM são tidos como marcos do gênero black metal. Você se sente orgulhoso pelo papel essencial do BURZUM na definição deste gênero do Metal e pela imensa influência do BURZUM sobre bandas mais jovens?
Varg Vikernes: Sim, eu me sinto orgulhoso se o que você diz é verdade.
Metal-Rules.com: Você considerou escrever uma autobiografia para dar sua versão completa da história em suas próprias palavras e acabar de vez com as mentiras e rumores que sempre acompanharam o BURZUM? Entrevistas, seu website, e artigos podem ajudar bastante nisso, mas um livro oficial cobrindo sua vida é algo que os fãs do BURZUM apreciariam bastante!
Varg Vikernes: Talvez, mas nesse momento estou ocupado com outras coisas. Pessoalmente eu gostaria que os artigos publicados no site burzum.org fossem o suficiente… eu gosto de manter algum anonimato e privacidade.
Metal-Rules.com: Após passar tantos anos na prisão, foi estranho estar livre de novo no “lado de fora”? Você se considera um homem verdadeiramente “livre” agora?
Varg Vikernes: Não, na realidade eu não sou livre, nem mesmo no papel. Eu tenho que me apresentar uma vez por mês a um oficial de liberdade condicional, e isto é considerado parte da minha “pena”. Mentalmente e espiritualmente eu fui livre durante todo o tempo, mas agora que as paredes foram trocadas por leis eu ainda continuo sendo fisicamente um prisioneiro. Nós somos todos prisioneiros, e a maioria de nós tem sido desde a introdução da agricultura – em algum ponto na Idade de Pedra…
Metal-Rules.com: Depois de estar afastado da sociedade por 16 anos, avanços modernos como cartões de débito, iPods, mp3s, internet, telefones celular etc te supreenderam? Você sente como se estivesse permanecido em algo como uma urdidura do tempo, tendo “ficado para trás” enquanto a sociedade evoluiu na sua ausência? Houve qualquer outra dificuldade de reintegração?
Varg Vikernes: Estar a 120km por hora numa estrada apenas para descobrir em seguida que a “bem conhecida” estrada à frente foi completamente reconstruída pode ser uma revelação surpreendente, e isto aconteceu algumas vezes. Eu de fato me sinto como um homem de Idade de Pedra em 2010, mas o choque maior para mim é ver como a sociedade se degradou de tantas maneiras. “Liberdade” é atualmente algo ainda mais relativo que antes, e todo o mundo parece estar conformado com isto. Dificilmente há qualquer evolução para se ver em qualquer lugar, eu vejo principalmente degeneração.
Varg Vikernes: Reintegração? Então você considera que eu alguma vez fui uma parte integrada desta sociedade? Eu acho que não. Não mais que um urso em um jardim zoológico, tentando dar o fora…
Metal-Rules.com: Em muitas entrevistas você lamentou a atual situação de sociedade/humanidade moderna. O que está fazendo você para mudá-la ou, na sua perspectiva, salvá-la? A sociedade está perdida em a tal ponto que você não sente mais nada pelos humanos comuns e se tornou impiedoso?
Varg Vikernes: Sim, este barco furado está navegando para o abismo, e eu escolhi pular no mar e nadar para a praia em lugar de tentar convencer a tripulação cega a acorrentar o capitão insano. Os outros homens inteligentes também já pularam no mar, e nós estamos melhores fora do que com esses que vão se afogar quando o barco afundar. Isso é a sobrevivência do mais apto…
Metal-Rules.com: Enquanto o Cristianismo tem sido seu alvo primário, o que você pensa a respeito do Islã? É uma das religiões que mais crescem no mundo e que também tem seus extremistas. De acordo com ALGUMAS estimativas, a população de Europa será 40% muçulmana antes de 2020. Diante desse quadro, o Islã causa os mesmos sentimentos de desprezo?
Varg Vikernes: Islã? Eu não preocupo muito na verdade; nós lidamos com grupos estrangeiros destrutivos em nosso meio antes, e provavelmente assim o faremos novamente. O humor está mudando na Europa, eu observo isso diariamente. Salve Ricardo Coração de Leão!
Metal-Rules.com: O que você achou do recente documentário sobre black metal “Until the light takes us”?
Varg Vikernes: Pelo que me disseram é ok, mas não assisti eu mesmo ainda, então eu realmente não posso falar muito a respeito.
Fonte: http://whiplash.net/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Destaco:
ResponderExcluirMetal-Rules.com: Em muitas entrevistas você lamentou a atual situação de sociedade/humanidade moderna. O que está fazendo você para mudá-la ou, na sua perspectiva, salvá-la? A sociedade está perdida em a tal ponto que você não sente mais nada pelos humanos comuns e se tornou impiedoso?
Varg Vikernes: Sim, este barco furado está navegando para o abismo, e eu escolhi pular no mar e nadar para a praia em lugar de tentar convencer a tripulação cega a acorrentar o capitão insano. Os outros homens inteligentes também já pularam no mar, e nós estamos melhores fora do que com esses que vão se afogar quando o barco afundar. Isso é a sobrevivência do mais apto…