A intenção da criação deste blog se fez perante a necessidade de uma discussão séria sobre um dos gêneros mais polêmicos de todos os tempos dentro do metal, o black metal.
Este estilo tem particularidades ideológicas, filosóficas e musicais, que o distinguem de outras vertentes do metal.
Além disso, será debatido os vários subgêneros dentro do Black Metal para buscar compreender o porque destes diferentes rótulos, tais como pagan, atmosferic, NSBM, entre outros.
Por fim, serão postados entrevistas, álbuns e vídeos de bandas relacionadas ao estilo, assim como texto de grandes pensadores que influenciaram o Black Metal como um todo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

BIOGRAFIA SUMMONING

Summoning Logo

INTRODUÇÃO



O que pode ser dito da excelente banda de Atmosférico Épico Black Metal Summoning? fica até difícil responder, a banda simplesmente carrega o ouvinte a um outro plano, algo mágico, transcendente, inexplicável, refletido no que o estilo lhe informa: "Épico"; sem sombra de dúvidas é uma banda muito singular no que faz e acredito que é uma banda que merece uma atenção toda especial, simplesmente pelo fato de ser um clássico, e por quê é um clássico? Em primeiro lugar porque se baseia em um modelo literário consagrado: a obra de Tolkien de "Senhor dos Anéis" que é um dos maiores exemplos da literatura de fantasia de toda a História e que se mantém viva ao longo dos tempos, sendo vigorada e preservada por várias gerações se transformando num modelo de inspiração para trabalhos de arte, música, cinema, televisão, e até mesmo videogames, além de uma literatura paralela.

Em segundo lugar, se deve a atmosfera criada em suas canções, algo nunca antes visto no Black Metal, usando apenas guitarras, baixo e sintetizadores criando um clima soberbo, ousado e extraordinário.

Em terceiro lugar, foi o reconhecimento do Summoning relacionado a obra de Tolkien, pois segundo informações retiradas do próprio site da Wikipédia afirmam que: "Mais tarde, nos anos 1980 e 90, bandas de metal encontraram lugar para Tolkien em suas músicas, muitas vezes usando a parte má da obra dele, os personagens hostis e ruins. Summoning fora a pioneira dentre as mais marcantes bandas de Black Metal/Melódico pois além de ser completamente fiel aos padrões criados pela Mitologia Fantástica de Tolkien, foi uma das bandas mais inovadoras no sentido sonoro e ambiental. Passando o climax desde as terras imortais seguindo à Beleriand, Numenor, e em fim a Terra-Média". É preciso dizer algo mais? acredito que não, então vamos a sua fascinante história...




Silenius e Protector: as mentes criativas por trás do Summoning 



Summoning foi formado em algum lugar na Áustria em 1993 por Silenius (Michael Gregor), Protector (Richard Lederer), e Trifixion (Alexander Trondl) que se encontravam em uma espécie de PUB, onde costumavam beber. Antes de suas atividades no Summoning, Protector estava tocando bateria numa banda com uma espécie de estilo progressivo thrash/death chamada “Marlignom”, e perto de negociar uma gravação com o selo PEACEVILLE, a banda acabou. Foi sua primeira experiência com uma banda de rock (com apenas 15 anos). Ele estudou durante 4 anos bateria em uma escola de música. Mas a experiência musical de Silenius veio com a banda de doom metal “Shadow Vale” (tinha somente 16 anos) e mais alguns anos na escola de música estudando piano. Antes do Summoning, Silenius já fazia música junto com Pazuzu (Ray Wells) na banda Cromm (Eles fizeram algumas demos que soavam como Abruptum, mas nunca foi lançado nada). Trifixion tocava no Perventum.

Protector, Silenius e Trifixion juntos, encarte do cd Lugburz


Summoning fez duas demos (“Upon the Viking Stallion” e “Anno Mortiri Domini”), uma fita promocional para o Minas Morgul e uma ou duas fitas de demonstração com Pazuzu e Cromm.


 
Capas das demos Upon the Viking Stallion e Anno Mortiri Domini





Capa da fita promocional para o Minas Morgul

Quase todas as músicas das demos nunca foram liberadas em CD pois seriam gravadas em versões muito diferentes das originais.

As demos venderam muito bem em uma loja de discos em Vienna, chamada “Why not”. Algumas vezes depois Silenius entrou em contato com T.T (Thomas Tannenberger), que fez uma entrevista para o Summoning para uma zine local chamada TAUB (que foi a primeira entrevista do Summoning). Eles conversaram muito e T.T disse que queria formar sua própria banda e deu para Silenius uma fita com alguns riffs. Este era o nascimento do Abigor. Eles mantiveram contato e mais tarde Silenius foi substituído por Rune (atualmente vocalista do Amestigon) e ele fez todos os vocais para todos os lançamentos do Abigor (exceto as demos) ficando como membro permanente do Abigor. E gravaram o primeiro álbum do Abigor (Verwüstung – Invoke the Dark Age) pelo jovem selo da Napalm Records. Silenius então entrou em contato com Max do selo Napalm. Tratavam sobre um contrato entre o Summoning e a Napalm ocasionando o lançamento de seu debut “Lugburz” pela Napalm. Nesta época os membros do Summoning eram: Silenius - vocais, teclados, baixo; Protector - teclados, guitarra; Trifixion - bateria; E Pazuzu que fez alguns vocais adicionais e escreveu algumas letras (assim como fez nas demos). 1995 foi um ano muito criativo para Silenius e Protector, pois ambos tiveram muita experiência prática. Eles estavam envolvidos nas seguintes bandas e projetos e fizeram os seguintes lançamentos: Summoning "Lugburz", "Minas Morgul"; Pazuzu "And all was silent"; Grabesmond – demo (onde P.K (Peter Kubik) também estava envolvido); Die Verbannten Kinder Evas "Die Verbannten Kinder Evas" ; Abigor "Nachthymnen"; Ice Ages "Strike the Ground"; Weltenbrand "Das Nachtvolk"; Sanguis et Cinis "Schicksal".

Depois de terem gravado “Lugburz”, Trifixion foi expulso da banda, por ter um pensamento comercial idiota. Os caras não desejavam ter um novo baterista e por isso começaram a trabalhar com sons de percussão medievais em um som bombástico de teclado. O resultado pode ser ouvido em “Minas Morgul”. A banda então consistia apenas em: Protector - vocais, guitarra, teclados, bateria programada; Silenius - vocais, teclados, baixo.

Capa do álbum Lugburz

Nessa mesma época fizeram uma música para a compilação da Napalm Records “With us or against us”. Era apenas uma música de demonstração rápida no estilo do Mysticum que originalmente foi feita para não ser lançada. Por isso, não tem título. “Lugburz”, é um exercício de som cru, no estilo do Abigor de fazer Black Metal, era uma “primeira tentativa”, e era totalmente diferente de todo o material futuro, e no seu seguimento “Minas Morgul” foi a “coroação” de toda a criatividade do Summoning. Ele abriu novos horizontes para o Summoning e para a musical black metal em geral. O álbum é totalmente inspirado pelas temáticas de Tolkien (assim como tudo o que veio depois), sendo um magnífico epic/ambient black metal. “Minas Morgul” contêm muito do material vindo de velhas demos (mas claro que feito em um caminho muito diferente).


 Capa do álbum Minas Morgul

O próximo grandioso álbum “Dol Guldur” veio à luz em 1996 “Dol Guldur” continua “Minas Morgul” musicalmente e liricamente ousado, e certamente foi uma progressão do Summoning em criatividade. Em "Dol Guldur" a música vinda do projeto de Protector de dark/eletronic black metal intitulado ICE AGES pode ser ouvida ("Over Old Hills" foi um tema retirado de "Trapped and Scared" um som da banda ICE AGES).

Além do Summoning, os caras também fizeram alguns trabalhos em: et Cinis "Schicksal"; Pazuzu "Awaken the Dragon"; Abigor “Opus IV”. Neste ano, Silenius também fez músicas para o seu dark/ritual projeto Mirkwood, mas infelizmente nada foi lançado ainda (as músicas foram perdidas pelo seqüenciador musical do sintetizador... mas ainda há uma esperança de que o projeto será reativado). 

   Capa do álbum Dol Guldur




Alguns sons remanescentes da sessão de gravação do álbum “Dol Guldur” foram dispostos no mini-CD “Nightshade Forest” de 1997. Onde há apenas um novo som - "Habbanan Beneath the Stars". 



Capa do álbum Nightshade Forests


Após este álbum, Summoning parou com suas atividades, até 1999. Eles também interromperam seu trabalho em quase todas as outras bandas. E agora algumas palavras sobre estes projetos relacionados...

Na medida em que Protector parou seu trabalho no Grabesmond, após realizar uma demo (feita em apenas trinta cópias), P.K. (Peter Kubik) do Abigor e Lucia Mariam Faroutan (sua esposa) continuaram com a banda. Protector saiu do Sanguis et Cinis (devido a hostilidade entre ele e Evangel (líder da banda)), onde ele tocava guitarra e fazia algumas linhas de teclado; e Weltenbrand onde era um cantor convidado. Silenius fez músicas para o próximo álbum do Pazuzu, mas as mesmas não foram incluídas no álbum, ele continuou seu trabalho no Abigor, (em 97 foi realizado “Apocalypse” e em 98 “Supreme Immortal Art”). Protector realizou o álbum “Come Heavy Sleep” (97) com seu projeto “Die Verbannten Kinder Eva's”, e fez algumas linhas de baixo para a sua banda de viagem obscura "Whispers in the Shadow", com seu álbum “Laudanum" de 1997.

Após um longo silêncio, Summoning explodiu com um novo álbum “Stronghold” em maio de 1999, forçando todos a abrir seus olhos e limpar seus ouvidos. O álbum foi gravado no estúdio "Nachtschatten” que é um estúdio caseiro de Protector, que foi projetado e mixado pelos próprios membros da banda.

“Stronghold” com certeza mostrou novos caminhos para a experiência musical do Summoning. E neste novo álbum, a cantora convidada Tânia, substituiu Julia do Die Verbannten Kinder Eva's, aparecia cantando na canção. "Where Hope and Daylight Dies", e certamente foi um novo passo para o Summoning. Silenius saiu do Abigor (foi substituído pelo vocalista do Heidenreich) devido a sua falta de interesse na mudança do estilo musical da banda, e começou a trabalhar no seu novo projeto industrial Kreuzweg Ost (que esta prestes a ser lançado pela Napalm) junto com Martin Scherienk do Pungent Stench. Protector saiu do "Whispers in the Shadows", após o novo álbum “November”, e gravaram um novo álbum “In Darkness let me Dwell” com Die Verbannten Kinder Eva's (que foi realizado em 22 de novembro).

Capa do álbum Stronghold


No ano de 2001 foi acompanhado com o lançamento de "Let Mortal Heroes Sing Your Fame". Este lançamento foi como uma espécie de combinação entre o antigo e o novo estilo do Summoning. Isso significa que as linhas de teclado soaram novamente mais épicas e polifônicas e o estilo de guitarra ficou bem mais complexo e melódico que em Stronghold.

Desta vez a banda utiliza mais a palavra falada como exemplo, para trazer um estilo mais dramatúrgico para as músicas e pela primeira vez a banda trabalha com vocais limpos com corais como na última música “Farewell”.

O conceito lírico novamente é totalmente baseado em Tolkien e no conceito da Terra Média, mas pela primeira vez foi combinado com algumas letras de outro escritor de contos de fantasia chamado "Michael Moorcock". 

Capa do álbum Let Mortal Heroes Sing Your Fame

Depois de um longo silêncio, Summoning lançou uma espécie de item de colecionador para os fãs incondicionais, o mini CD intitulado “Lost Tales”.

Este CD contém dois sons que foram oficialmente compostos e gravados nos anos de 1996 e 1997. O primeiro som foi originalmente composto para o projeto Mirkwood e a segunda musica foi um som perdido da sessão de gravação do álbum Dol Guldur. Ambas as canções foram usadas em suas versões originais; isto significa que não foram adicionadas guitarras ou vocais além da versão original, apenas palavras faladas para fazer atmosfera de trilha sonora. 

Capa do álbum Lost Tales


Em 2006 foi o ano do lançamento do álbum “Oath Bound” mais um excelente marco na carreira do Summoning, se os ouvintes mais exigentes apreciaram o álbum “Let Mortal Heroes Sing Your Fame” com certeza não se decepcionarão com Oath Bound, a banda continua épica e cada vez mais inspirada nos contos de Tolkien de Senhor dos Anéis. O álbum todo em si faz o ouvinte se remeter ao campo de batalha medieval enquanto aguarda o ataque do inimigo. Protector afirmou que neste álbum as guitarras adotariam um estilo mais flutuante e é realmente feito, fazendo o estilo ser mais baseado no arpejo do que nunca.
Destaque para a música Mirdautas Vras que é toda cantada na língua negra de Mordor, ou melhor dizendo, cantada na língua dos Orcs. O CD finaliza com a excelente "Land of the Dead",  que conta com excelentes arranjos de flautas e vocais limpos cantados em forma de coral, além dos vocais rasgados para uma finalização estupenda do CD.

Capa do álbum Oath Bound

Depois de mais 7 anos de silêncio, esta anunciado para o dia 7 de junho de 2013 o próximo álbum do Summoning intitulado “Old Mornings Dawn” e por um pequeno trailer que já está rolando na internet, percebe-se que o som segue a característica dos seus 2 últimos álbuns, prepare-se mais uma vez para o renascimento da Terra Média. 
Capa do novo álbum Old Mornings Dawn

Frio é a mão, o coração e os ossos
E frio é dormir debaixo da pedra
Nunca mais despertar numa cama rochosa
Nunca, até o Sol falhar e a Lua morrer
Silenius - Lugburz



Texto retirado do site oficial do Summoning: http://www.summoning.info/

Traduzido, transcrito e editado por Alver 1349.



















                                                                         













 





 


Um comentário:

  1. Sim, excelente banda em todos os aspectos, música única e viajante, algo além da compreensão comum, excelente, valeu cara pelo apoio, força e honra sempre.

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