Prelúdio – O Inner Circle Revisitado.
O Inner Circle é envolvido de muitas controvérsias, muitas
histórias são contadas sobre este movimento que disseminou o caos, a destruição
e a valorização de valores anti-cristãos em toda a Negra Noruega.
Morte, igrejas queimadas, prisões, pânico... Parece até
enredo para um bom filme de terror, mas o que aconteceu foi real e fez com que
o estilo conhecido como Black Metal se tornasse algo além de apenas um estilo
musical, e sim um novo modo de se pensar e ver o mundo, sendo o lado Extremista
da Obscuridade.
Igreja queimada por integrantes do Inner Circle |
Este post procura elucidar este assunto já tão debatido no underground como um todo, então resolvi revisitá-lo, pois sempre uma nova análise de um antigo tema, pode trazer a “luz” de novos debates, conceitos e conclusões.
Indiferente das críticas sobre o movimento
(entre elas que ele nem existiu), estou escrevendo sobre ele por acreditar em
sua real existência e na sua importante e decisiva contribuição para todo o
Black Metal, mostrando que entre todos os estilos dentro do metal, ele é o mais
destrutivo, imoral e polêmico que já existiu. Tenham uma boa leitura.
O que era o Inner Circle Norueguês?
Com o nascimento do polêmico estilo musical
conhecido como Heavy Metal no inicio da década de 1970, o mesmo evoluiu e se
fragmentou em diversos gêneros e subgêneros, e dentre eles surgiu o Black Metal,
talvez o mais radical e polêmico dos subgêneros deste rock pesado.
Alguns nomes de bandas de Black Metal |
Numa sociedade ocidental em sua maioria cristã, um estilo
musical que prima pelas blasfêmias e heresias em suas músicas brutais teria
uma recepção bem negativa até mesmo dentro do metal extremo.
Porém, diferentemente do que faziam as bandas dos anos
70, proclamadas satanistas pelos protetores dos bons costumes ocidentais, as
bandas de Black Metal deflagraram a bandeira de Satanás de forma explícita e em
algumas vezes de forma terrorista.
Podemos dividir a história do Black Metal em duas fases. A primeira é a fase onde
foi forjada a temática Black Metal, numa época em que não existia as
sub-divisões do metal extremo. Bandas como Celtic
Frost, Venom, Bathory, Slayer, Bulldozer, Sodom, etc. faziam um metal rápido (o
speed metal) com letras (até certo ponto inocentes e infantis) de culto ao
tinhoso. A segunda fase é representada principalmente por bandas oriundas de
países escandinavos (Suécia, Noruega, Finlândia) como Mayhem, Darkthrone,
Burzum, Arcturus, Emperor, Gorgoroth, Immortal, Enslaved e Satyricon. É neste
cenário que ergue o movimento que ficaria conhecido pela história do Heavy
Metal e nas páginas policiais como Inner Circle.
Venom e Bathory, os maiores nomes da primeira fase do Black Metal |
Euronymous |
As Origens e a ideologia do Inner Circle.
Jazigo onde está enterrado Dead.
O movimento Inner Circle.
A loja de
discos Helvete em Oslo que era de propriedade de Euronymous evoluiu para
um selo que lançou várias bandas do estilo no mercado fonográfico e,
consequentemente, os clássicos desta segunda fase do Black Metal. O grupo que
se reunia para festas na Helvete se tornou uma organização anti-cristã
composta de várias pessoas associadas com o movimento Black Metal, cujos
objetivos principais eram erradicar o cristianismo da Noruega e lançar bandas
do gênero que compartilhavam de sua ideologia . O Inner Circle foi composto por
membros das primeiras bandas de Black Metal norueguês como Mayhem, Burzum,
Emperor, Darkthrone, Immortal, Enslaved, e por alguns seguidores destes. Muitas
bandas foram formadas durante o tempo em que a organização estava ativa no
início dos anos 90.
A hegemonia de Euronymous no Inner Circle é
desfeita com a entrada do jovem Varg Vikernes no grupo. O grupo foi dividido em
dois. Euronymous liderava o Inner Circle satanista e Vikernes liderava o Inner
Circle pagão que queria expulsar o cristianismo da Noruega e reaver sua cultura
viking. Além disso, o movimento queria controlar todas as bandas norueguesas e se a banda não fosse
suficientemente satânica o grupo perseguia a banda.
Em Julho de 1992, Maria, uma integrante do grupo, atacou a casa de Christofer Johnsson, o líder do Therion. A casa de Johnsson foi incendiada e Maria (Varg depois afirma em entrevista que seu nome real é Suvi Marjatta) ainda cravou uma faca na porta com uma mensagem "O Conde esteve aqui e voltará". Na época, Varg Vikernes usava o pseudônimo de Count Grishnackh). Quatro dias após o incêndio, Johansson recebeu uma carta de Vikernes:
Em Julho de 1992, Maria, uma integrante do grupo, atacou a casa de Christofer Johnsson, o líder do Therion. A casa de Johnsson foi incendiada e Maria (Varg depois afirma em entrevista que seu nome real é Suvi Marjatta) ainda cravou uma faca na porta com uma mensagem "O Conde esteve aqui e voltará". Na época, Varg Vikernes usava o pseudônimo de Count Grishnackh). Quatro dias após o incêndio, Johansson recebeu uma carta de Vikernes:
"Olá vítima! É o Count Grishnackh do
Burzum. Acabo de voltar de uma pequena viagem à Suécia, mais precisamente em um
lugar a noroeste de Estolcolmo e acho que perdi um isqueiro e um disco do
Burzum, ha ha! Voltarei muito cedo e talvez, desta vez, não os acordarei no
meio da noite. Darei uma lição de medo. Somos realmente muito loucos, os nossos
métodos são a morte e a tortura. As nossas vítimas morrerão lentamente, devem
morrer lentamente."
Foto atual de Christofer Johnsson, membro fundador da banda Therion, que teve a casa queimada por Suvi Marjatta.
De acordo com o líder do movimento, eles se
definem como um grupo de militantes que lidam com coisas que precisam ser
resolvidas. Os atos violentos caracterizaram o grupo que é lembrado até os
dias de hoje pelas 52 igrejas que foram incendiadas, pelos 15 000 túmulos
profanados e símbolos satânicos pintados por toda a Noruega. Além disso, alguns
integrantes queriam sacrificar padres em suas igrejas, mas apenas animais foram
sacrificados nas igrejas antes de serem incendiadas.
O fim do movimento Inner Circle.
Em Janeiro de 1993, Varg Vikernes
concedeu uma entrevista para um jornalista do Bergens Tidende a fim de divulgar
a cena Black Metal e a loja Helvete de Euronymous. A entrevista resultou em uma
investigação policial que levou Varg a ser preso por algumas semanas e forçou
Euronymous a fechar a sua loja.
Em 10 de Agosto de 1993, Varg
Vikernes e Snorre W. Ruch viajaram de Bergen até o apartamento de Euronymous em
Oslo. Após uma briga, Varg esfaqueou Euronymous. O corpo foi encontrado na
parte de trás do apartamento com 23 facadas, duas na cabeça, cinco no pescoço e
dezesseis nas costas. As suspeitas eram de que o assassinato foi cometido após
uma briga por dinheiro do álbum do Burzum e Varg declarou que tinha sido
atacado primeiro por Euronymous.
Álbum Aske do Burzum (cinzas em norueguês) suposto motivo pelo desentendimento entre Varg e Euronymous, segundo Varg, ele fez toda a propaganda para o lançamento o álbum e a gravadora de Euronymous (Deathlike Silence) fez uma espécie de "pouco caso' com o lançamento do álbum, atrasando muito seu lançamento, Vikernes chegou a ficar preso um mês por causa desta capa ( imagem da igreja de madeira Fantoft após seu incêndio). Varg Vikernes é suspeito de ter queimado a igreja, e acredita-se também que foi ele mesmo que tirou a foto.
Jornal Norueguês da época noticiando a morte de Euronymous.
Varg foi condenado a 21 anos de
prisão por homicídio em primeiro grau, posse ilegal de armas e explosivos e por
ter colocado fogo em três igrejas. Em um julgamento tumultuado, Varg recebeu o
veredito rindo e a foto do momento foi estampada em vários jornais. Durante o
inquérito, a polícia interrogou todos os membros do Inner Circle, obtendo
informações de crimes cometidos no passado, condenando ainda Bård Faust por
homicídio, Snorre W. Ruch por cumplicidade no homicídio de Euronymous e Samoth
por incêndio. Mesmo com toda pressão da polícia, no dia da sentença duas
igrejas foram queimadas e um mês depois outra também foi incendiada.
Foto emblemática de Vikernes rindo ao saber do seu veredito.
Devido a estas prisões, muitas
bandas não puderam dar continuidade a suas carreiras e assim, aos poucos a cena
foi desaparecendo. No fim dos anos 90, uma outra onda de bandas norueguesas foram aparecendo
lideradas pelo Dimmu Borgir e pelo Old Man's Child com um som menos ríspido e uma inclusão maior de teclados e variações nos vocais. Porém, ainda existem bandas
como o 1349, Taake e Tsjuder que seguem os ideais do movimento Inner Circle.
1349
Hoest - líder da banda Taake.
Tsjuder
Curiosidades e frases ditas na época.
Esta parte do post, como o próprio título diz, são curiosidades e falas da época, a partir deste momento, a veracidade dos fatos aqui é bem duvidosa, pois como o próprio Varg diz: "Muito do que falo em entrevista é muito distorcido pela Mídia", mas independente de ser a mais pura verdade, ou a mais dolosa mentira, resolvi colocar aqui para curiosidades dos leitores, mas algumas coisas que li aqui, vi em outras fontes mais confiáveis, mas de qualquer modo, fica valendo como efeito informativo, bem vamos ao texto.
Na Noruega, oito
igrejas foram incendiadas, e um bombeiro morreu durante um desses incêndios. O
culpado: Varg Vikernes, 20 anos (na época), da banda Burzum (A Escuridão), conhecido
como Coutn Grishnacht (Conde Noite Cinzenta). Varg foi condenado a 12
anos de prisão, e a polícia centra agora suas investigações no grupo Satanic
Terrorists, uma facção do grupo Devil Worshippers (Cultuadores do
Demônio) liderada por Euronymous, líder da banda
de Black Metal Mayhem. A banda Burzum, da qual Varg é o líder, é uma das bandas
mais radicais do Black Metal, tendo se inspirado no som e atitude de grupos
como Venom e Bathory, reconhecidos pioneiros do estilo.
Foi
na Noruega que o Black Metal se transformou em ameaça nacional. Com a prisão de Vikernes descobriu-se
uma rede de bandas ativamente envolvida em rituais satânicos e vandalismo. Varg
“entregou” três bandas norueguesas como formadoras das ações criminosas: O
Burzum, Mayhem e Darkthrone, além de duas bandas americanas: Deicide de Glemn
Benton e uma banda pouco conhecida chamada VON (que segundo Varg significa “V”
de vitória, “O” de orgasmo e “N” de nazista). Obs: O nome da banda é às vezes erroneamente pensado para ser um acrônimo para "Vitória Orgasmo nazista (s)". Varg Vikernes usou essas palavras para soletrar o nome da banda, durante uma entrevista por telefone, porque o entrevistador, aparentemente não ouviu o nome corretamente. De acordo com a banda, o nome significa "nada além de imagens das trevas e sangue". a palavra VON significa esperança em alguns dialetos escandinavos e em norueguês e islandês.
O
líder do Deicide, Glen Benton era a figura mais em evidência do Black Metal, e
foi acusado de torturar animais, apoiar o sacrifício de crianças, trazer uma
cruz invertida estampada na testa e pregar o satanismo. Mesmo assim, parece que
Glen usa estes artifícios como jogada de marketing,
e não chega a colocar em prática tudo isso. Mas com o clima pesado de
acusações, os discos do Deicide foram banidos das prateleiras norueguesas.
A
tradição satanista do Heavy Metal e seus estilos derivados sempre provocou a
ira dos católicos no mundo inteiro. Ozzy Osbourne e o Judas
Priest foram parar nos tribunais, acusados de levar adolescentes ao
suicídio. Provaram sua inocência, mas as bandas norueguesas apóiam abertamente
o assassinato e o suicídio. Quando o vocalista Dead, do Mayhem morreu em
circunstâncias suspeitas, Euronymous foi acusado de fotografar e esquartejar o
cadáver do amigo – rumores que ele não nega nem confirma.
“Algumas
coisas aconteceram, outras não”. Escrevendo para um fanzine de Black Metal
chamado Darkness, o vocalista da banda norueguesa Emperor, Bard Faust,
diz: “As bandas velhas falavam de igrejas em
chamas – as bandas de hoje põem fogo nelas”!
Euronymous
diz que ele e Vikernes ocupam a mesma posição na hierarquia dos Terroristas
Satânicos, e que a organização conta com dez
membros, que formam o “Círculo Interno” (Inner Circle) e manipulam um
grupo de “escravos”, que seriam pouco mais que fãs de Black Metal facilmente
impressionáveis. Definem como inimigos aqueles que se opõem à sua crença, e
também bandas que se dizem Black Metal mas não seguem o mesmo caminho radical
trilhado por eles. “Porque diabos as bandas de Black Metal não querem matar
pessoas?”, pergunta Vikernes.
Varg
está livre pois pagou fiança de duas acusações de incendiário, e declara: “Fui
acusado de corrupção de menores, queima de igrejas, alguns assassinatos, posse
ilegal de armas...um monte de coisas. Também me acusam de...como
direi?...“forçar” pessoas a fazer coisas por mim.
Mas só fui condenado como incendiário. Não quero comentar se sou culpado ou
não, seria pouco inteligente de minha parte. Tenho um ótimo advogado, por isso
estou sob fiança”. Um anúncio do Burzum mostra uma foto dos restos de uma
igreja queimada, com o texto: “Hino às igrejas em chamas”, embora ele não
concorde que isso seja admitir a culpa. “É como dizer: ‘Faça isso, você também
pode fazê-lo’. E assim convertemos as almas dos garotos com nossa música...”.
Há
pessoas que querem Varg Vikernes internado num hospício. “Não ficarei preso
pois não podem provar nada. Meu maior problema é evitar ser internado numa casa
de loucos. Tem muitos idiotas querendo me colocar no hospício. Este é o meu
maior problema, o resto não é nada...”.
Vikernes
tem uma razão para queimar igrejas. Segundo ele, “...nós apoiamos o
cristianismo porque ele oprime o povo, e queimamos igrejas para fortalecê-lo,
podendo depois guerreá-lo. O povo não vale nada e é estúpido, não se espera que
pense. Espera-se que siga um deus ou um líder. Apóio todas as ditaduras, e me
tornarei o ditador da Escandinávia. Sou um viking, nasci para lutar.
Faça guerra, não faça amor...certo? Um pouco do espírito viking ainda
vive, e sou parte dele. Pessoas estúpidas andam por aí amando umas às
outras...Fomos feitos para fazer guerra.”
Sobre
assassinato, ele comenta: “A única coisa negativa sobre isso é que quando você
mata alguém, essa pessoa não sofre mais. Gostamos que as pessoas sofram, quando
as matamos, elas deixam de sofrer. Mas em geral, assassinar alguém é bom e
positivo.”
Tanto
Varg quanto Euronymous citam o Venom e o Bathory como influências. Mesmo que
saibam que nenhuma dessas bandas se envolveu com satanismo na prática,
escolheram acreditar assim mesmo no que sua música pregava. “Não sei o que se
passava na cabeça dos caras do Venom quando eles surgiram”, diz Euronymous,
“mas sei se seis pessoas que morreram mais ou menos diretamente como resultado
da existência do Venom. Uma foi a mãe do guitarrista do NME, uma banda
americana que lançou em 1985 o disco Unholy Death (Morte Profana). Ele
picotou sua mãe a tesouradas por causa do Venom. Espero que os caras do Venom
saibam disso. É seu legado.”
O
ex-vocalista do Venom, Cronos, nega inteiramente essas acusações. “Quando se
fala em satanismo relativo ao Venom, se fala sobre a crença em si mesmo, em dar-se a liberdade de
escolher entre amor e ódio, o bem e o mal” diz Cronos, agora com sua própria
banda. “Não se fala sobre enxergar uma divindade. É falar sobre quanto se pode
ser melhor. Tudo isso é muito triste. Brigar e matar pessoas é voltar no tempo.
Tentar impor suas idéias através da violência – foi o que Hitler fez aos
judeus!”.
Euronymous,
que tem 25 anos (na época), é o chefão do Black Metal na Noruega. Toca guitarra
no Mayhem e tem uma loja de discos chamada Hell. Também controla o selo
Deathlike Silence, contratando somente bandas “que representem o mal total”,
segundo suas próprias palavras. A morte através de suicídio do vocalista do
Mayhem, Dead em 1991, é comentada por Euronymous com frieza. “Dizem que o matamos,
tiramos fotos do corpo e usamos pedaços de sua caveira como colares”, admite.
“Mas na verdade ele se matou. O Dead era uma pessoa muito especial, nem nós o
conhecíamos inteiramente. Ele estava sempre na floresta, e deixou um bilhete
dizendo que lá era o seu lugar. Ele acreditava não ser deste mundo. Ele
promoveu o Mayhem. Quando se matou, se tornou uma lenda. Não ligo se as pessoas
morrem, nem aquelas que conheço. Ele era um grande vocalista, mas vocalistas
sempre podem ser substituídos. O que ele fez foi um grande sacrifício, e a
banda só ganhou com isso...”.
Embora
admita ser membro do Satanic Terrorists, Euronymous nega participação
direta nas ações do grupo. “Seria estupidez me envolver diretamente – se eu for
pego, todo mundo ‘dança’. Cuido do lado administrativo, e meu selo arrecada o
dinheiro. Temos um grupo de militantes que cuida das coisas que devem ser
feitas.”
Falando
de outras bandas, Euronymous é direto: “Bandas como o Therion se dizem Black
Metal, mas pregam o amor e a vida em família e nossa religião diz que é isso
que devemos destruir. Não descansaremos enquanto eles não morram ou acabem”.
Foi dito que Vikernes pôs fogo na casa de Kristofer, vocalista do Therion, mas
a verdade é bem menos dramática. Na verdade teria sido a namorada de Vikernes,
Suuvi Puurunen, que espetou um disco do Burzum com uma faca na porta de trás da
casa de Kristofer e botou fogo, queimando um pouco a porta. Kristofer estava
então na Alemanha. “ Não tenho medo”, diz ele. “O cara mandou a namorada fazer
o serviço dele. Quem virá da próxima vez, o seu cachorro?” Os caras do Paradise
Lost, banda doom inglesa, também experimentaram a “fúria” dos
terroristas satânicos, tendo seu ônibus cercado por seguidores quando em turnê
pela Noruega. O vocalista Nick Holmes, do Paradise Lost, disse que “os
discípulos tinham dez anos de idade em media, ‘fuckin’ embriões!” Sobre
o Deicide, Euronymous tem uma opinião curiosa: “Eles são bem comerciais, e isso
fará com que mais pessoas se interessem por Black Metal. Quando seus fãs se
encherem deles, virão a nós.”
Ele
afirma que seu companheiro de “fé” Vikernes não irá para a cadeia: “Eles não
têm provas nem testemunhas, pois ninguém ousa servir como testemunha. Se alguém
foder algum dos nossos, terá o resto de nós em seu pescoço: “Vikernes tira um sarro:
“Não há nada como violência insana. Sair pela rua e chutar alguém é
estimulante. Sempre que saio levo armas comigo; agora por exemplo tenho aqui um
soco inglês e uma grande faca. Ninguém ousa me atacar, e se o fizer, morre”.
Euronymous
avisa que bandas viajando pela Noruega correrão sérios riscos no futuro: “Não
somos nada mais que escravos do chifrudo, somos religiosos e a total obediência
é um conceito fundamental para nós. Sou um grão de areia nos cosmos comparado a
Ele. O que acontecer a nós não importa. Se eu tivesse um bom motivo para matar,
ficaria preso por vinte anos com prazer. É por isso que nossos inimigos devem
levar-nos a sério. Não temos nada a perder. Prevejo uma nova Era das Trevas...”.
Essa Era das Trevas já existe no Norte da Europa. Países gelados como a Noruega,
Finlândia e outros países nórdicos são o cenário ideal para este tipo de
atitude. Não há inflação, corrupção, menores abandonados, fome.
Duas
facadas na cabeça, cinco no pescoço e dezesseis nas costas. Uma carnificina. A
sala do apartamento de Oysten Asrseth – vulgo Euronymous – estava banhada em
sangue. Levando a cabo suas crenças, Varg Vikernes – vulgo Count Grishnachk –
assassinou seu rival em Oslo, Noruega,
no dia 10 de agosto de 1993. Euronymous era dono da gravadora Deathlike Silence
e de uma loja de discos, Helvete, além de líder da banda Mayhem e chefão do
Inner Circle, grupo que professa o satanismo. A seqüência do crime foi contada
pelo assassino na corte, como segue: “Fui para Oslo pegar uns discos e levar um contrato para o Aarseth, nunca com
a intenção de mata-lo. Eu sempre levo armas comigo. Tinha três facas e mais
quatro punhais, um machado, uma baioneta e um taco de beisebol no carro. Sempre
carrego um monte de armas para o caso de algo acontecer”.
Com
Varg viajou um elemento de 22 anos chamado Snorre, que teria falado
com Aarseth a respeito de sua entrada no Mayhem. Snorre não esta armado.
“Toquei
a campainha”, continua Varg, “e Aarseth abriu a porta. Parecia cansado, vestia
apenas uma cueca. Entreguei o contrato e, de repente começamos a discutir.
Entre outras coisas, ele me acusava de dizer merdas sem sentido. Começou a
bater em mim. Os covardes ameaçam, os fortes agem. Ele chutou meu peito. Me
assustei e o empurrei. Quando se levantou, Aarseth começou a correr pela
cozinha. Tenho certeza de que procurava uma faca, então peguei uma das minhas e
o esfaqueei para que ele não chegasse até a cozinha. Gritou por socorro. Fiquei
louco. Ele correu para a entrada da casa e eu fui atrás. Continuei a
esfaqueá-lo para que calasse a boca. Meti a faca nele porque estava com raiva.
Ele gritava por socorro ao invés de lutar”.
Sabe-se
que a briga entre Varg e Euronymous diz respeito ao lançamento de Aske, um
mini-EP do Burzum, pelo selo de Aarseth. Conta Varg: “Quando o EP foi lançado,
eu dei uma entrevista com o propósito de promover o disco. O resultado disso
foi que acabei sendo preso pelo incêndio das igrejas. Quando saí da cadeia,
Aarseth ainda não tinha lançado o EP. Ou seja, toda publicidade foi inútil”.
Ainda
na corte, Vikernes continuou seu depoimento: “Sou um nacionalista e carrego
armas para defender a mim e ao meu país. Meu objetivo é um lindo reino
norueguês. Temos pele branca, somos loiros e de olhos azuis; os que não são
assim não pertencem a este lugar. Somos semideuses”.
Ainda
sobre os depoimentos, o acusado de cumplicidade, Snorre, declarou: “Ele
(Vikernes) falava muito em matar o Aarseth. Um dos planos dele era dar uma
machadada assim que ele abrisse a porta. Eu disse que era estupidez andar com
um machado numa área tão cheia de prédios. Outra alternativa era pedir para que
ele nos mostrasse algo no computador. Poderíamos golpeá-lo no pescoço enquanto
estivesse sentado e de costas para nós.” Ele ainda declarou: “Aarseth merecia
morrer.” E Varg completa: “Eu mijo na sua cova.
Snorre
continua seu testemunho: “Estava no carro e após alguns minutos me dirigi à
porta do apartamento. Cheguei mais perto, ouvi barulhos lá dentro. De repente,
a porta se abriu e Aarseth veio correndo em minha direção. Vi sangue na sala e
também Vikernes esfaqueando-o. Então, ambos desapareceram pela escada. Depois
de alguns segundos e sem saber o que fazer, corri escada abaixo, passei por
eles e saí pela rua. Saímos de Oslo e paramos no lago Opplan, onde Varg tomou
banho nu. Ele pegou suas roupas sujas de sangue, amarrou-as numa pedra e atirou
tudo na água. No caminho, Varg disse que o atingira na cabeça, no pescoço e nas
costas, só que errou a jugular. Disse ainda que era desonroso para um líder da
comunidade Black Metal ter morrido de cueca.”
Vikernes
concedeu uma entrevista a um jornal norueguês certa vez. Declarou ter o apoio
da organização racista norte-americana Ku Klux Klan (KKK), e o da Igreja de
Satã francesa. Na mesma ocasião, declarou ser o filho de Satã.
“A
verdade é óbvia. Querendo ou não, todos os noruegueses são filhos de Satã. Não
sou um satanista que acredita numa imagem do Demônio. Não sou um adorador do
Demônio. Não sou racista, pois não odeio outras raças. Amo minha raça e quero
mantê-la como é. Outros povos devem ficar aonde estão para não haver mistura de
culturas.”
Ele
também discorreu sobre o Inner Circle, onde ele e Aarseth eram figuras
proeminentes.
“Há
satanistas comuns que falam que são a elite. Os nazistas falam que são uma raça
da elite. Nós somos a elite da elite das raças. Logo, podemos colaborar com os
nazistas e satanistas. A modéstia é uma virtude cristã. Nós vemos a honestidade
entre nós como algo importante. Podemos mentir para os cristãos porque aí
criaríamos o caos.”
Enquanto
está sob custódia da polícia, Vikernes escreve um livro chamado ‘Vargsmal’.
“Vivo
e respiro para controlar a propaganda fora dos muros da prisão. Quero
influenciar e controlar a juventude antes que sofra lavagem cerebral. Eu
considero uma blasfêmia construir igrejas no solo de Odin (antigo Deus
nórdico). A Noruega é o solo de Odin. Os que nela constroem igrejas são os
criminosos, não quem as queima.”
“Sou
um cara feliz e sociável. Quando o tempo está bom, sento em minha cela e tomo
sol pela janela. As pessoas na prisão são legais. Não sou obcecado pela
escuridão, como diz a imprensa. Pintei meu cabelo de preto apenas para mudar o
visual; jamais vou pintá-lo de novo. Tenho orgulho de meu cabelo loiro, meus
olhos azuis e minha pele branca. E pretendo manter meu cabelo comprido porque
os chefes vikings tinham cabelos longos.”
Ainda
no tribunal, Vikernes (cabelos presos em rabo-de-cavalo), declarou: “Junto de
grupos nazistas, nós, do Inner Circle, planejávamos um ataque a uma igreja
durante a missa de domingo. Explodiríamos a igreja com as pessoas dentro.”
E
o julgamento continua: se condenado, Varg pega 31 anos. Bard Eithun – vulgo
Faust – da banda Emperor, pegou 14 anos pela morte de um homossexual.
No
tribunal que julga Varg, será lido um relatório de 50 páginas sobre seu estado
mental, escrito por dois psicólogos que o entrevistaram na prisão.
Considerações finais - Nota de suicídio de Dead.
Pelle's suicide note :
Excuse all
the blood, but I have slit my wrists and neck.
It was the
intention that I would die in the woods so that it would take a few days before
I was possibly found.
I belong in
the woods and have always done so.
No one will
understand the reason for this anyway.
To give
some semblance of an explanation I'm not a human, this is just a dream and soon
I will awake.
It was too
cold and the blood was coagulating all the time, plus my new knife is too dull.
If I don't
succeed dying to the knife I will blow all the shit out of my skull.
Yet I do
not know.
I left all
my lyrics by "let the good times roll" - plus the rest of my money.
Whoever
finds it gets the fucking thing.
As a last
solution may I present "Life Eternal".
Do whatever
you want with the fucking thing. / Pelle
Nota de suicídio de Pelle:
Desculpe-me por todo o sangue, mas eu cortei meus pulsos e o pescoço.
Eu tinha a intenção de querer morrer na floresta de modo que levaria alguns dias para eu ser encontrado.
Eu pertenço a floresta e sempre tenho feito isso.
Ninguém vai entender a razão para eu ter feito isso.
Para dar uma aparente explicação, eu não sou humano, sou apenas um sonho e logo vou acordar.
Está muito frio e o sangue esta coagulando o tempo todo, pois a minha nova faca é muito lenta.
Se eu não conseguir morrer com esta faca eu vou explodir toda esta merda para fora do meu crânio.
Mesmo assim, eu não sei.
Se Deixo todas as minhas letras de música para "registros de bons tempos" - mais o resto de meu dinheiro.
Para quem encontrar, para que ele fique com a porra toda.
E como última solução eu lhe apresento a "Vida Eterna".
E faça o que quiser com a porra toda./ Pelle
"Uma verdade que é dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar".
(Willian Blake)
INFORMAÇÕES RETIRADAS DO BLOG GAVETA DE BAGUNÇAS E WIKIPÉDIA.
TEXTO ARRANJADO, EDITADO, TRADUZIDO POR ALVER 1349.
"Uma verdade que é dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar".
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