Lançado em meados de 2014,
Legados do Inframundo veio com a árdua
missão de suceder Supremacia Ancestral,
o qual eu considero o ápice da banda em todos os sentidos. Nele se aliou a
técnica e melodia com bastante agressividade e uma temática muito mais
detalhada e aprofundada que os trabalhos anteriores. Quando uma banda chega
nesse nível ela passa a ser pressionada por sua própria sombra. Pois se cria
uma expectativa muito grande em torno dos próximos trabalhos e a crítica sobe
de nível, em algumas bandas isso acaba se tornando negativo afetando no
resultado de seus futuros lançamentos, algumas perdem sua essência com tamanho
profissionalismo e outras acabam por perder completamente o foco do trabalho
iniciado, seja lá por qual motivo, pois cada um tem o direito de fazer o que
quiser com sua música como, por exemplo, explorar outros caminhos que nada tem
haver com a raiz de sua arte, claro que quem é fã também terá todo direito de
continuar seguindo determinada banda ou não.
Mas aqui estamos tratando de
um caso muito bem sucedido. Vi muita gente considerando esse o melhor álbum da
banda e não discordo, porém ainda o coloco praticamente no mesmo nível do anterior...
Não por demérito, mas sim pela qualidade que vejo em Supremacia Ancestral. Mas
é claro que houveram evoluções, ele está ainda mais bruto e a guitarra de
Thormianak (que também faz o contra –baixo no estúdio) esbanja técnica de
várias formas, o teclado de Hecate muito bem encaixado fazendo também a parte
grave do baixo nos shows, a bateria é muito dinâmica e encontramos do arrastado
até metranca, ela fica por conta de V. Digger.
Serpente Emplumada e Pirâmide de Chichen Itzá |
O que quero dizer que essa
questão de qual trabalho é o melhor é muito mais relativa do que parece pois os
trabalhos anteriores como XVI e Batalha Ritual apesar de mais simples, cada um
tem a sua marca e característica que
podem muito bem serem melhores que os trabalhos recentes pra muita gente.
Também não seria absurdo alguém dizer que as músicas da demo Faun – Trágica
Música Noturna são suas preferidas, pois são todos grandíssimos trabalhos e a
música tem essa magia de fazer um trabalho totalmente simples te levar ao
êxtase e igualar a potência de um mais complexo. No metal então não existe essa
competitividade de campeões, top sei lá das quantas (ao menos na minha
opinião), todo grande trabalho independente de sua complexidade técnica tem seu
espaço entre os grandes. Que diga Hellhammer, Venom, Sodom e Bathory e companhia em seus
primórdios.
Para entender todas essa caminhada vamos resumir a discografia da banda.
Miasthenia iniciou seus trabalhos em 94, bem no auge do Black Metal e já em 95,
lança sua primeira demo tape de forma independente, ela saiu em duas versões,
sozinha e em split com o Lament contento mais 2 covers do Samael e 1 do Grand
Belial’s Key. Com uma sonoridade bem simples e sem teclado, em um andamento bem
cadenciado. Nessa época Hecate ficava por conta da guitarra e quem assumia os
vocais era Vlad D’ Hades (Vulturine). O trabalho chama-se Para o Encanto do Sabbat
Para o Encanto do Sabbat em split Miasthenia / Lament |
Demo Tape Para o Encanto do Sabbat |
Em 96 a banda lança Faun- Trágica Música Noturna, em demo-tape pela Bloodstar elevando o
patamar da banda no cenário. Em 98 a Evil Horde Records lança essa demo junto a
outro clássico do metal brasileiro, a demo My Visions in the Forest do grande
Song D’ Enfer. Lançado em um split Cd com o nome Visions of Nocturnal Tragedies.
Nesse trabalho a banda já introduz o teclado a sua sonoridade e Hecate começa a
fazer algumas passagens de vocais. A influência da escola grega é muito grande
e a banda forma uma identidade maior.
Faun - Trágica Música Noturna em Split Miasthenia / Song d' Enfer |
Faun - Trágica Música Noturna |
Mas os anos 2000 foi onde a banda realmente concretiza uma forma
totalmente original ganhando mais força, velocidade e técnica a cada álbum e
assumindo por completo a temática pré-colombiana que foi inovadora pra época.
Com os clássicos XVI (2000), Batalha Ritual (2004) e Supremacia Ancestral
(2008). Em 2011 lançando o dvd Ritual da Rebelião com vídeos ao vivo por todo
país.
XVI |
Batalha Ritual |
Supremacia Ancestral |
DVD Ritual da Rebelião |
Vou
aproveitar o que o Miasthenia representa e entrar em um assunto mais polêmico. A
superioridade de uma raça...
Não acho um
ancião viking mais importante que um ancião nativo de cultura africana, pré-colombiana ou qualquer outro povo pagão. Pra mim estão no mesmo nível de contato com a natureza, o que é
o mais importante no paganismo. Acho muito interessante a pessoa seguir a raiz
da própria cultura de seus descendentes, mas isso não é regra e nem prova de
que a pessoa é superior. Todas as culturas ditas pagãs levam para o mesmo
caminho, o que interfere é o modo de como a utiliza. O Miasthenia é uma prova
de sucesso de pessoas que não são 100%
puras de sangue do culto que praticam (longe disso) e mesmo assim
conseguem atingir em cheio sua filosofia ou espiritualidade. Apesar de que praticam a cultura raiz do continente onde habitam, o qual considero muito importante.
Pra mim o segredo
é descobrir qual caminho que você mais
identifica para atingir determinado objetivo que é comum entre todas as
culturas pagãs. O pensamento de
superioridade do próprio povo é um pensamento primitivo e batido hoje em dia
pela realidade da vida. Pois todos conhecemos através da bíblia a mania de
superioridade dos judeus, afinal o divino só favorece a eles e o resto é erro
ou blasfêmia. E também lembramos o fato de como se não houvesse cristãos 100%
sangue ariano. Afinal todos os povos lutaram contra essa praga e foram vencidos
“territorialmente”, e muito por culpa de uma parte do próprio povo que foi
aceitando passivamente em todos os continentes do planeta. Então raça e cultura
nesse sentido tem significados complexos e as vezes distintos.
Reconheço a luta contra a perda de
identidade com a globalização mas creio que essa postura de superioridade de um
povo seja falha contra o principal problema.
Quero dizer com tudo isso que pra mim
as pessoas que praticam esse pensamento atrasado estão a um nível abaixo de
outras como Quorthon (Bathory, que foi o precursor dessa temática no Black
Metal ) que era de sangue puro da cultura que vivia mas não caia nessa ilusão
de superioridade. Essa é um tipo de arte realmente luciferiana e libertadora no
principal sentido da questão pois está livre de barreiras mentalmente criadas por
humanos e alcança o esplendor da liberdade em relação a natureza e sua
filosofia ou espiritualidade, como cada qual deseja alcançar.
Detalhes de Legados do Inframundo retirado do site Behance - Arte e Layout por AbacrombieINK & Pestmeest |
Enfim
chegamos novamente ao Legados do Inframundo, lançado numa parceria entre
Mütillation Rec e Misanthropic Rec,o álbum é todo focado no Xibalbá, o
sub-mundo maia que difere muito do inferno cristão. Arte e Layout por AbacrombieINK & Pestmeester, formação:
Hécate - vocais e teclados
Thormianak - guitarras e contrabaixo
V. Digger - bateria
O
lançamento nacional vem com um resumo sobre a temática:
“A temática deste álbum foi inspirada na cosmologia
mítica dos antigos Mayas, sobre a morte e o inframundo (Xibalbá), presente no
livro sagrado do Popol Vuh e nas profecias de Chilam Balam de Chumayel.”
Só que o
album também foi lançado internacionalmente em formato digipack pela Drakkar
Productions e traz muito mais informações extras que também poderiam ter vindo
no lançamento nacional.Essa é uma
vantagem do Miasthenia, pois além de colaborarem com sua arte para o metal
extremo eles também têm bastante bagagem e conhecimento para contribuírem com a
história e mitologia pré-colombiana. Esse lançamento fará uma enorme contribuição para um maior reconhecimento da banda no exterior que já passou da hora.
Segue abaixo as informações contidas no
lançamento da Drakkar Productions:
"Nesta
cosmologia o universo é formado por 3 grandes estratos: céu, terra e
inframundo. O céu era concebido como uma pirâmide de 13 níveis; a terra, como
uma prancha quadrangular, e o inframundo como uma pirâmide invertida de nove
níveis. A vida e a morte, a criação e a destruição, coexistiam e se
complementavam em uma necessária oposição dinâmica. Estes ciclos se desenvolviam
neste espaço cósmico estratificado, mantido pelos galhos, troncos e raízes de
uma ceiva gigantesca, a árvore sagrada (Yaxcha) cujos galhos se elevam aos céus
e as raízes penetram no inframundo.
O tronco desta árvore representa o mundo
onde habitam os seres humanos. O Yaxcha, localizado no centro do universo,
conectava os diferentes níveis cósmicos, era o lugar do ato primordial da
criação.
O inframundo também chamado de Xibalbá, Mitnal ou Submundo era uma
região cósmica obscura, um lugar físico subterrâneo cujo acesso se dava por
meio de rios, fontes de água, cenotes, covas rochosas e cavernas. Este lugar
era habitado e comandado pelos deuses da morte. Era o lugar para onde
caminhavam as almas dos mortos em busca de renascimento. Os Mayas acreditavam
na vida após a morte, como parte fundamental de um ciclo perene de criação,
destruição e renovação. A alma dos mortos devia percorrer o Xibalbá para depois
se juntar com os ancestrais, assegurando assim a renovação do universo.
O
inframundo era assim concebido como o reino da morte, das trevas e escuridão
(Akbal), apesar do Sol atravessá-lo todos os dias durante a noite. Este reino
da desolação e do sofrimento era também fonte de vida e de renascimento eterno.
Pelos tenebrosos caminhos do Xibalbá, seres malignos estão à espreita,
empenhados em atormentar e destruir os humanos, mas ali residem também as
forças geradoras que fazem brotar os vegetais e que dão solo firme às árvores
da selva.
O Xibalbá não representa o sofrimento eterno, como acontece no inferno
cristão, mas sim uma etapa na existência humana que teria de ser superada, para
se alcançar um nível mais elevado. Essa viagem ao Xibalbá nos ensina que
devemos ter força e coragem para submergir em profundidade, em algum momento da
vida, no lado mais obscuro, destrutivo, depressivo, angustioso e doloroso da
existência humana, para viver em vida a experiência da morte, porque só no
“inframundo da alma”, entenderemos o que somos. Esta experiência te convertera
em um renascido, em um iniciado nos mistérios do Xibalbá.”
Com essas
informações a viagem fica muito mais profunda e o horizonte da música fica bem
mais ampliado. Focaremos então na musicalidade do trabalho.
O Miasthenia foi uma banda inovadora,
uma das primeiras a cantar no português e em seu primeiro álbum (XVI) assumiram
de vez a temática do paganismo das antigas américas. E isso não foi
simplesmente escrever sobre os ameríndios e fazer uma sonoridade na mesma linha
do paganismo europeu que já existia com muita força e influência no metal mundial.
Eles foram moldando sua identidade como vimos no resumo de sua discografia e
criaram nos anos 2000 uma sonoridade que realmente remete as eras antigas dos
maias, incas, astecas e todos os outros povos e tribos espalhados pela América.
Isso muito devido a Thormianak ter
assumido as guitarras e Hécate ter ficado só por conta do vocal e teclado
conseguindo uma grande evolução com o instrumento.
Outra parte importante é a temática toda focada na morte e no submundo. Apesar dela ser um tema recorrente nos trabalhos do Miasthenia como Batalha Ritual que é focado nos rituais antropofágicos dos índios tupinambás, Supremacia Ancestral com atos de resistências bem agressivos culminando em assassinatos e destruição dos inimigos. Em Legados do Inframundo a morte é abordada em todos os seus aspectos como físico, mental e espiritual. Seria a parte satânica da cultura maia, visto que o satanismo está muito além do diabo e inferno cristão que usam como ferramenta de manipulação, sendo ele focado na morte e no caos primordial. O Xibalbá também representa um forte sentido psicológico de força e superação, pois pode se fazer um paralelo de sua jornada com um momento nosso de queda e ascensão do fundo do posso para uma nova vida com mais experiência e sabedoria.
Inspiração para o album Legados do Inframundo |
O álbum inicia com Deuses Fúnebres, uma introdução onde o
teclado gera um clima bem sinistro e os tambores ao fundo complementam o clima
enquanto são narradas palavras ora em vocal rasgado tradicional, ora em vozes
mais limpas:
“ A saga ao Xibalbá, ao estado primordial. Império do
medo, dos deuses da morte, de seres disformes, de fetos e larvas. Santuário
sagrado. Forças do Popol Vuh. Submundo nos ciclos do tempo. Inframundo da alma
... “
Em
sequência entra o peso de Saga ao Xibalbá, com rifes mais ríspidos e
estridentes. Estamos falando de uma
banda que tem todo nível pra se tornar mainstream e que permanece firme no underground até hoje, coloca
muita banda gringa dito grande no bolso. Uma boa marca são algumas partes dos
vocais flertando com o gutural. A letra recita uma parte das profecias de
Chilam Balam de Chumayel:
“A lua e o vento
A noite e o dia
Tudo caminha, tudo
passa
Todo sangue chega
ao lugar de seu repouso
Assim como todo
poder chega ao seu trono”
Entronizados na Morte é uma canção espetacular, uma das melhores de toda carreira da banda.
Rifes sinistros e uma bateria quebrada dão início a faixa que logo evolui pra
uma metranca onde aqueles rifes bem agudos e profundos (como os tradicionais do
Satanic Warmaster por exemplo, só pra citar uma referência.) entram em cena
enquanto é cantado:
“Com honra e fúria me ergo na descida ao Xibalbá. Tudo
passa em ciclos infernais: a vida e a morte, a profunda dor da morte de um
punhal cravado no peito. Tudo passa.”
Outra
questão muito interessante foi o vídeo que fizeram para a música dentro de uma
caverna. Ao site Questões e Argumentos Hécate fala detalhadamente sobre o
processo de filmagem:
“O processo de filmagem foi trabalhoso e perigoso porque
foi realizado dentro de uma caverna. Tudo foi bem planejado com antecedência, e
contamos com o apoio de um guia local e seus equipamentos de iluminação e
exploração de caverna. Gravamos num local distante de qualquer estrutura,
dentro do Parque e Estadual de Terra Ronca (Goiás), um lugar ainda selvagem e pouquíssimo
explorado. Para chegar ao local percorremos mais de 40 quilômetros de estrada
de terra e depois tivemos que carregar os equipamentos à pé, no meio da mata,
para dentro da caverna Angélica. Escolhemos um dia e horário que não haveria
presença de turistas e deu tudo certo, o resultado foi recompensador e a
experiência de exploração da caverna incrível, realmente adentramos o Xibalbá.”
Voltamos
então para a musicalidade de Legados do Inframundo. Sacerdote-Jaguar é uma
canção mais candeciada e lembra muito os andamentos de XVI e Batalha Ritual.
Ela só se torna brutal em algumas partes alternadas no final da música. É do
nível de “Onde Sangram Pagãs Memórias” por exemplo. É uma das maiores do álbum
com mais de 6 minutos de duração. Bela passagem da letra é:
“Evocando
mortos em transe, guiando seus passos para além do inframundo, de volta ao
Mitnal, ao ventre da Deusa, de fetos e larvas, de mortos esperando renascer no
inframundo.
Tok’yah da
uma leve intimada na bateria e começa numa boa cadencia. Vocais em coro gritam
no refrão o nome da música. Rifes cortantes junto a uma bateria cadenciada
marcam a faixa. Tem até uma bela passagem com vocal limpo:
“ Mas as sementes da antiga sabedoria brotam do
inframundo, das profundezas da angústia humana, do inframundo da alma.
13 Ahau
Katún é uma das música mais pesada do álbum, já começa numa metranca bem porrada,
boa parte da primeira metade da faixa é marcada pela brutalidade. Depois a
música evolui para passagens cadenciadas muito marcantes, algumas rápidas
passagens de vocal limpo, um belo solo de guitarra.
Uma das melhores da banda
que também ganhou um vídeo feito no interior de uma queimada no cerrado
brasiliense com imagens gravadas pelos próprios integrantes da banda em uma
viagem ao México nas ruínas Maias.
Segue uma explicação mais profunda sobre a temática da música:
"Para os Mayas pré-hispânicos o tempo era concebido de forma cíclica, cada era representava um Katún. Não possuíam um conceito de tempo retilíneo com um destino prometido à catástrofe final. O grande sacerdote Chilam Balam em seus textos sagrados e proféticos previa os acontecimentos para cada uma dessas eras.
O 13 Katún correspondia ao tempo em que os cristãos chegaram à América, impondo a cruz e a espada, impondo novos dogmas e convicções sobre o céu e o inferno, era o fim de uma era antiga que trouxe a destruição dos antigos ritos e escravidão.
Os invasores cristão perseguiram os sacerdotes (chilam), condenando-os como bruxos e adoradores de satã. Os textos sagrados anunciam a agonia e a morte do chilam-balam (sacerdote-jaguar), a falta de alimentos, o fechamento dos templos, os sacrifícios de sangue e, especialmente, o abandono dos mortos, com o fim dos ritos que os despertam e guiam pelo caminho do renascimento.
O fim dos antigos ritos funerários se fez sentir no Xibalbá (reino da morte), era o fim dos ciclos de morte-renascimento-vida que ameaçavam o fim de um mundo antigo."
Por Hécate (vocalista e tecladista do Miasthenia, para "13 ahau katún" - Legados do Inframundo)
"Logo o céu cairá, cairá sobre a terra, onde os quatro deuses, os Bacabs habitam, os qie protegem da destruição" (Profecias de Chilam Balam de Chumayel)
Em seguida
temos Senhores do Mitnal, uma cavalgada intimidadora e logo a brutalidade entra
em cena. A música mais bruta e turbulenta do trabalho. Em meio a carnificina
esmagadora da bateria citam os senhores do Mitnal e seus papéis no cliclo de
tempo e morte:
“Mitnal
Kisin, enfermidade
e caos. Ah Puch decapitando o Deus Sol.
Hun Camé, Vucub
Camé, juízes supremos da morte.
Xiquiripat, Cuchumaquic, reúnem o sangue.
Chamiabac,
Chamiaholom, enfraquecem seus corpos.
Ahalmez, Ahatocob, a morte em seu
caminho.”
Legados do Inframundo, a faixa título
do álbum encerra o ciclo temático do trabalho que da início em um andamento mais "tranquilo" com um estilo bem influenciado pelo heavy metal tradicional. Uma pausa com silêncio total e o teclado emerge e logo os instrumentos de cordas se unem naquela levada bem heavy metal as vezes ganhando umas metrancas para dar um destaque:
"Vejo glifos cravados nas rochas, cenas de embate sangrento, deuses decapitados, corpos sacrificados. A serpente emplumada rastejando na escuridão. Honras a Kulkulkán!"
Kulkulkán é a visão maia do deus asteca Quetzalcóatl que muitos ocultistas identificam com a figura de Lúcifer. A música é uma das melhores da banda e possue algumas passagens de vocais limpos:
"Do início ao fim, ao cosmos primordial."
Mas não para por aí, se não bastasse estas oito músicas de grande qualidade a banda nos salda com uma nova versão da clássica Onde Sangram Pagãs Memórias fechando o trabalho com chave de ouro!
" Em comemoração aos seus 20 anos de existência, o Miasthenia lança esta faixa bônus que representa um momento importante na carreira da banda. Esta música faz parte do album XVI, gravado no Blue Records em 2000. Remixada, remasterizada e com vocais regravados no BroadBand Studio em 2013..."
A parte mais marcante da música pra mim é:
"Somos a tragédia em suas veias
Correndo para nossa fortaleza na intensa floresta
Derramando poemas em lágrimas
Memórias ancestrais..."
Por Deserto de Azazel
Legados do Inframundo encontra-se disponível nos sites das gravadoras que lançaram o álbum:
www.misanthropic.com.br
www.mutilationrec.loja2.com.br
www.misanthropic.com.br
www.mutilationrec.loja2.com.br
13 Ahau Katún, gravado no cerrado brasiliense:
Entronizados na Morte, gravado no interior de uma caverna:
Senhores do Mitnal - Ao vivo no Rio de Janeiro
Onde Sangram Pagãs Memórias: