A intenção da criação deste blog se fez perante a necessidade de uma discussão séria sobre um dos gêneros mais polêmicos de todos os tempos dentro do metal, o black metal.
Este estilo tem particularidades ideológicas, filosóficas e musicais, que o distinguem de outras vertentes do metal.
Além disso, será debatido os vários subgêneros dentro do Black Metal para buscar compreender o porque destes diferentes rótulos, tais como pagan, atmosferic, NSBM, entre outros.
Por fim, serão postados entrevistas, álbuns e vídeos de bandas relacionadas ao estilo, assim como texto de grandes pensadores que influenciaram o Black Metal como um todo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ateísmo, humanização e estagnação do Black Metal



Este texto, de autoria de Caesarii Vectagni, um grande colaborador do blog, vem nos elucidar sobre a a decadência do Black Metal em relação ao ateísmo intrínseco ao movimento, de como um grande estilo de forte cunho ateísta e filosófico, encontrou sua decadência nas atitudes infanto-juvenis modernas, que levou a seu desmoronamento ideológico e ficando apenas como mais um estilo musical que visa apenas o ganho materialista e se esquecendo de sua verdadeira raiz que outrora o fez grandioso e único dentro do metal. O Black Metal, que nasceu como uma afronta a uma cultura de massa vigente, se opôs a tudo que era comercial e agradável ao gosto popular, hoje em dia, em grande parte, se adaptou e até mesmo aderiu a esta cultura de massa, esquecendo sua ideologia inicial e preocupando-se muito mais com os ganhos financeiros e marqueteiros e se curvando ao interesse de grandes gravadoras, com isso, demonstrou mais uma vez que infelizmente a ideologia fica de lado quando os interesses financeiros entram em voga, como em toda a sociedade que tanto criticavam. Esta é sua crítica, leiam e compreendam...

Nos últimos anos a crescente corrente ateísta e pobre de conhecimento dos conceitos metafísicos no Black Metal tem suplantado todas as possibilidades mais reais de uma genuína compreensão esotérica no movimento. Não é muito difícil analisar que estas correntes subverteram o que poderia ter tomado um rumo mais amplo e sério em termos artísticos e esotéricos, como um verdadeiro manifesto daquilo que, desde os primórdios, o Black Metal pretendeu em suas mais altas esferas ideológicas. Se um dia, por sua vez, o Black Metal exaltou as mais altas possibilidades e pretensões artísticas o mesmo, com o passar do tempo decaiu sob as medíocres tendências juvenis modernas, a forma secularizada de ver a vida, seus objetivos plenamente materialistas e mesquinhos que, sem embargo, deteriorou uma real possibilidade de evolução propriamente dita.

Hoje em dia é algo muito comum você ver na internet imagens debochando e depreciando o Black Metal como um todo.



Mas o que poderia oferecer então, uma posição como o ateísmo a um movimento deste gênero? Senão sua materialização de tudo que além-humano, em uma banalização medonha dos símbolos e em qual âmbito eles estão inseridos na arte? Sua vestimenta secularista, hedonista, ególatra, certamente em nada tem a oferecer ao que poderia ser à base de sustentação a uma musicalidade envolta de uma verdadeira revolta e verdadeiro enojo aos parcos valores das sociedades atuais. O adorno "ocultista" transveste-se então, nas finalidades de um suposto "conhecimento"; Um engrandecimento "científico" é frequente, suplantando o que tem por finalidade a expressão artística plenamente espiritual. 
 
Exemplos de símbolos utilizados no Black Metal.

Dentre as principais características do meio jovem no incluso deste meio, é que existem os ditos adoradores da música de alcunha espiritual obscura, que utilizam de frases e nomes sacrais para alimentarem um suposto movimento ou condição;  entretanto, essas pessoas ocupariam melhor a posição de um movimento hippie "new age" qualquer das sociedades egocêntricas modernas. Não é raro observar que compõem um grupo ateu/agnóstico (posição que, primordialmente é ofensiva ao sacral, ainda mais quando usam das palavras e gestos para exaltá-los, não por respeito à sacralidade dos símbolos, mas sim por mais uma camuflagem da juventude "crítica" diante de seus anseios e desejos de gritar ao mundo).

Com suas pseudo-filosofias e pseudos questionamentos vazios, utilizam do nome "Satan" e derivados para ofenderem ou ilusoriamente se colocarem em oposição a um deus o qual eles  não compreendem; quiçá acreditam. Este fator está intrinsecamente ligado ao banalizado costume dessas classes de jovens de que tudo é questionável; tudo é uma forma de quebrar a ordem vigente, de afrontar a sociedade em que vivem em seus devaneios joviais e, com um orgulho incompreensível de imensurável perda sentido ou direcionamento, rejeitam quais seriam as primordiais bases do movimento.

Uma das maiores contradições (ao meu ver) dentro do Black Metal, um estilo de cunho anti religioso e de frontal ataque as culturas de massa e liberdade de pensamento, é sua mistura por parte de algumas bandas e pessoas inseridas em seu meio com regimes políticos totalitários como o Fascismo e o Nazismo, onde liberdade de pensar e agir era totalmente suprimida pelo Estado, com atitudes violentas e intolerância a tudo que contra a sua ideologia, com ideais de apenas a sua raça ser superior e que as demais raças deveriam ser purificadas (ou melhor, exterminadas), entre outros tipos de preconceitos, e ainda por cima tendo como um de seus maiores líderes um cristão (Adolf Hitler).
O resultado é extremamente cômico que encontram na espiritualidade inversa uma voz para tal ato, mas a verdade que temos é que estas pessoas são, via de regra, ofensivas ao sacral apenas por sua essência limitada e padronizada, sua visão medíocre da vida, sua ilusória busca por liberdade, sua racionalidade exacerbada e deturpada; em suma, abortos de um materialismo divinizado, alimentados pelo famigerado clichê no  metal: "Quebrar dogmas" (mesmo que isso se baseie em outros dogmas). É  o vazio filosófico e espiritual unificado à mediocridade das gerações atuais. 



Não há dúvidas que as principais bandas do início do movimento foram a verdadeira representação do que este movimento deveria ser. E, lamentavelmente, os mesmos que, constantemente banalizados por uma visão artística mais ampla, não são muito raramente tachados negativamente pela grande imprensa ou pelos seus ícones. O Black Metal então se tornou mais uma vertente dos movimentos pop mundo afora e não uma musicalidade plenamente espiritualizada em uma postura irredutivelmente radical perante o mundo e a sociedade petrificada em suas correntes morais e materiais, estendendo-se então a um grande vínculo de comércio e lucro em direção à massa. O próprio “Euronymous” (Øystein Aarseth) que é considerado o criador do moderno Black Metal foi o primeiro a classificar a sua música nesse estilo, relacionando-a a um grande interesse pelo Ocultismo e pelo Satanismo. Sempre rejeitou ativamente as ideias de Anton Szandor LaVey, pois este último parece mais próximo de um ateísmo medíocre do que necessariamente de uma forma concreta de espiritualidade tradicional.


Algumas bandas consideradas da primeira onda do Black Metal.

Euronymous - uma das grandes lendas do Black Metal.

Anton Szandor LaVey, muito odiado e criticado por Euronymous, por considerar sua Igreja a Church of Satan muito "humanista".
"Nós não vemos a misantropia como uma coisa simbólica quando afirmamos que este mundo é nosso inimigo, e neste mundo de inimigos nós apreciamos aqueles poucos que realmente estão do nosso lado e nós os tratamos adequadamente, como aliados. Você conhecerá a si mesmo dependendo de qual categoria você pertence - se você é a favor ou contra o que defendemos”.
 
Jon Nödtveidt.


Outra lenda do Black Metal que não esta mais entre nós, Jon Nödtveidt, suicidou-se com um tiro na cabeça no dia 13 de agosto de 2006. Nödtveidt foi encontrado morto em seu apartamento em Hässelby, rodeado por velas acesas.
"O processo de composição tem para mim uma função espiritual em um nível pessoal uma vez que são hinos para os diferentes poderes e princípios"
 
Jon Nödtveidt.


Símbolos da MLO, conhecida como Misanthropic Luciferian Order,
hoje conhecida como Temple of The Black Light, com os dizeres: "Mal, o Ideal Satânico", "Filosofia do Caos" e "Lúcifer é Satan".
"Quero mostrar as verdadeiras trevas a quem está escutando nossa música, fazendo-os liberarem o potencial caótico que existe no fundo de todos nós: a chama negra. Quero que a pessoa que esteja escutando nossa música liberte o demônio dentro de si, quebrando as correntes cósmicas da ilusão, escravização e estagnação, para assim poder aniquilar a prisão ilusória chamada realidade. O Dissection é minha ferramenta artística para fazer com que isto aconteça."
 
Jon Nödtveidt.
 
Dissection - uma das maiores bandas de todos os tempos no estilo Death/Black Metal melódico.
Emil Nödtveidt, irmão de Jon Nödtveidt, dá sua opinião sobre o suicídio do irmão e afirma: "O satanista decide sobre a sua vida e a sua morte e prefere ir embora com um sorriso em seus lábios quando ele chega no ápice da sua vida, quando ele já conseguiu tudo o que queria, e quer transcender sua existência nessa terra. Mas é completamente não-satânico acabar com a própria vida por estar se sentindo triste ou miserável. O satanista morre forte, não pela idade, doença ou depressão, e ele escolhe a morte antes da desonra! A morte é o orgasmo da vida! Então viva a vida de forma mais intensa possível!"
O movimento que, primeiramente, espiritualizado, essencialmente radicalizado, torna-se secularizado, materializado, descrente e superficial. Nestes termos cai em um poço opaco de egocentrismos artísticos e inércias ideológicas. É necessária toda a fúria e engrandecimento das mais altas filosofias espirituais para que se possa reacender a chama do que poderíamos chamar de um verdadeiro movimento denominado Black Metal. necessário ir mais além da moral ou da ética, necessário absorver toda a liberdade que a arte nos oferece, eis aí o verdadeiro "quebrar dogmas", para além de todos os valores materialista,  inúteis e meramente humanos presentes na música no mundo atual.

Conclusão: O Black Metal atual, sem sombra para dúvidas, é uma mera imagem pálida do que foi em tempos remotos (início da década de 80 e ate perto de meados da década de 90), a grande questão fica por conta do próprio movimento, que se sustentou em combater tudo que era agradável, comercial, religioso e de fácil aceitação pelo gosto popular e, que de repente, sofreu uma reviravolta em seus conceitos, e tudo que era para ser combatido, passou a ser absorvido pelo Black Metal, hoje o Black Metal esta cheio de modismos, egocentrismos e a cada dia que passa mais musicalmente agradável e mais e mais comercial, tudo tornou-se ao avesso, ideologia de lado, tudo que era verossímil passou a ser falso.

Isso se deve ao fato de que o ser humano, independente do meio que esta inserido, se corrompe mediante ao dinheiro, deixando de lado crenças, ideologias e conceitos.
Musicalmente o Black Metal ainda possui boas bandas, mas o sentimento verdadeiro esta morto, restando apenas migalhas de um passado recente que atualmente esta isolado em pequenos focos graças à pessoas que ainda carregam aquele sentimento de caos em seus corações, que anda adormecido, esperando o dia certo para ser acordado. Como diria um integrante da horda carioca Mysteriis: "O Black Metal num futuro próximo será o hino das nações, e com ele vira todo o desespero cristão". Que voltem os templos de glória.

Texto Escrito por CAESARII VECTAGNI.


Revisado, ilustrado e comentado por ALVER 1349.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Logo Cultura do Metal Negro




          
          Apresentamos o novo logo do blog Cultura do Metal Negro, que foi uma evolução da antiga bandeira. Gostaria de deixar claro que os traços da bandeira brasileira representam o foco na cena nacional e que não temos orgulho desse país socialmente falando. Uma sociedade onde políticos fazem o que querem e o povo continua os colocando no poder. Além de um estado falsamente laico onde igrejas potencialmente financeiras são isentas de impostos e mantém uma grande influência degradante na sociedade. Aqui ensinam as famílias que um filho diferente está no caminho errado e assim logo na adolescência onde é a fase conturbada da descoberta da identidade (normalmente quando temos o contato com o heavy metal) e que em vez de apoio ganhamos é desconfiança e discriminação nos levando desde cedo a trilhar sozinhos nossos caminhos despertando a chama do caos. Mas acabamos usando isso como combustível e ver que conseguimos vencer várias barreiras sozinhos onde muitos ficaram pelo caminho é revigorante.


          Aprendemos a agir como o fogo, destruindo e construindo novos valores e que nunca devemos abandonar nossas raízes que é a natureza deixada de lado por questões tecnológicas, políticas e até religiosa visto que o cristianismo estimula o abandono do comportamento primitivo e natural como fazem com o sexo e a morte por exemplo. A bandeira também traz consigo a lua de The Return do Bathory e o clássico bode do Black Metal do Venom resgatando a imagem de dois dos principais pilares do culto. 


         A cruz invertida lembra as bandeiras dos países Escandinavos  que foram muito importante para o Black Metal principalmente nos anos 90 quando não só reformularam o movimento sonoramente quanto ideologicamente. Claro que não foram só eles, mas tiveram sim bastante importância e fica difícil destacar todos os países em uma única imagem.


          Então nosso símbolo não leva nada de nacionalista e sim demonstra a importância do cenário brasileiro para o Black Metal mundial e nosso foco principal que será ele.


Imagem idealizada por Deserto de Azazel e design por conta de Daniel Hammer.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Black Metal: Uma Análise Pessoal


Black Metal: O Lado Negro da Divindade






O Black Metal sempre foi alvo de muitas críticas e curiosidades desde seu nascimento, no começo dos anos 80, o estilo surgiu para desmoronar com toda uma cultura de massa e de dogmas dominantes de cunho judaico-cristão, sua real intenção era destruir os pilares destas “culturas lobotomizantes” e inserir assim um novo modo de pensar, agir e criticar o mundo a sua volta, não aceitar passivamente tudo o que era imposto pela mídia e pela massa cega, que só queria enxergar um modo de consumismo exacerbado capitalista onde o ter era o mais importante que o ser. Queria o homem pensante e como o centro de todas as coisas, e não curvado a uma religião que ditava seus comportamentos e seu modo de viver baseado no legado de um mentiroso. O Black Metal tinha estes objetivos e não hesitava em fazê-los ser válidos, às vezes de um modo radical e extremista, mas isto não importava desde que sua filosofia se sobressaísse sobre o modo de pensamento consumista e egoísta em que a sociedade vivia mergulhada. 

BLACK METAL - BLACK METAL é o segundo álbum da banda Inglesa Venom. E foi realizado em novembro de 1982 e foi considerado a maior influência da cena thrash metal, death metal e black metal em 1980 e e no início dos anos de 1990. Embora emprestando seu nome ao ultimo gênero a surgir, hoje em dia este álbum é considerado muito mais thrash metal do que black metal. Todos os manuais de música o descrevem como "conseguentemente-thrash". Certamente, suas letras e imaginário foram a maior influência para a inicial cena black metal Norueguesa. A arte original da capa foi feita pelo baixista e cantor da banda Conrad "Cronos" Lant. Ele foi incluído no livro de Robert Dimery como um dos 1001 álbuns que você deve escutar antes de morrer.  







  
Este post tem como objetivo uma análise minha sobre alguns textos que adquiri na internet, de pessoas e bandas inseridas no meio deste polêmico estilo e, antes de qualquer coisa, quero deixar claro que são apenas opiniões pessoais, não querendo em momento algum que soem como verdades absolutas, pois a verdade cada um faz a sua, é somente minha visão ou mesmo um desabafo acerca do tema. Bem, vamos ao post e sempre mantenham o Culto Negro vivo.

“O Black Metal é naturalmente uma contracultura da sociedade atual. Um estilo musical relativamente novo que tem suas raízes no início dos anos 80 (evoluindo do heavy metal de caráter assumidamente satânico com influências sonoras agressivas do punk), mas é formado por cultos e tradições antigas que remetem ao início da sociedade. Uma cultura anti-rebanho onde cada indivíduo busca a própria evolução. Satanismo/Luciferianismo, paganismo, filosofia niihilista, culto a guerra, culto a morte e ao caos, agregando assim todos aqueles de cunho sinistro. Um culto que vai contra todas as culturas antinaturais. Partindo desse ponto de vista a cultura moderna e dominante é a verdadeira ‘’contracultura’’ da natureza e consequentemente do homem”. (Deserto de Azazel – Colaborador e um dos criadores do Blog Cultura do Metal Negro).

Alver 1349 – Concordo, apesar do nascimento do Black Metal ainda esta muito controverso, tomarei como parâmetro o lançamento do álbum Black Metal do Venom, pois a origem do termo se deu ao título deste álbum, mesmo sendo questionado por muitos apreciadores do estilo, de um ponto de partida temos que começar, e começarei por este.

O Black Metal se encaixa perfeitamente no que Deserto de Azazel disse relativo à suas raízes culturais, o Black Metal sempre buscou o culto ao negro, ao obscuro e as antigas tradições que não eram influenciadas pelas mentiras do judaico-cristianismo e que buscam o conhecimento interior de cada ser humano. Seus temas têm uma grande gama de ideologias, fazendo com isso várias divisões dentro do Black Metal (pois para mim uma banda só pode ser chamada de Black Metal se seu tema for de cunho Satânico e Anticristão, se for de outra temática como Pagã, Viking e até mesmo Depressiva, já temos os estilos que se harmonizam melhor com esta apreciação como Pagan Black Metal, Viking Black Metal, Depressive ou Suicidal Black Metal, que no meu entendimento, só recebem estas classificações por serem subdivisões dentro do Black Metal, levando consigo a etimologia da palavra junta em seus conceitos). Sim, o Black Metal vai contra tudo que não for uma cultura natural, livre e acima de tudo pensante e altamente crítica de dogmas e costumes forçadamente estabelecidos. Luta contra a cultura de massa dominante também conhecida como “Cultura de Rebanho”, sendo que para o Black Metal estas culturas soam sim como “contraculturas” que entorpecem o ser humano e os impõe modo de viver, pensar e de se comportar.

Ao lado de Venom, Bathory também foi uma das maiores influências dentro do Black Metal mundial.




É Desmotivante que...
Ninguém saiba que apenas este músico, Tomas Forsberg "Quorthon"
é o Criador do Viking Metal e um músico da primeira onda do Black Metal.
Dedicou toda a sua vida a música, dedicou toda a sua vida ao Bathory e a 
desfrutar da natureza e transmitir a mensagem do Metal pelos
corações de todos os fãs do Bathory. Descanse em Valhalla Quorton
Repouse em Walhalla



“A crítica não é contra o DSBM em si, é contra a postura medíocre adotada por muitas pessoas da assim chamada “cena”“.

Black Metal is Elitism. Fuck the subhuman scum! (Black Metal é Elitismo. Foda-se a escória sub humana).



"O BLACK METAL CONTRA O REBANHO DE SUBHUMANOS
A cena Black Metal está repleta de perdedores. A auto-destruição e a falta de uma moral elitista segue desenfreada. Muitos fracos fãs de BLACK METAL serão facilmente atraídos a este estilo de vida de desgraça e vergonha. Drogas e álcool são incentivados pela maioria das bandas que propagam nihilismo. O BLACK METAL é (E DEVE SEMPRE SER) sobre força moral, elitismo, glória, ódio e desprezo contra tudo que é considerado FRACO - acima de tudo, contra o surgimento dessa mentalidade de rebanho, incluindo atividades de escapismo como drogas pesadas. O NOSSO MOVIMENTO DEVE SER LIMPO EM TODOS OS NÍVEIS! Apóie a guerra contra a praga das drogas e a rastejante efeminação e poluição da cena.

A VITÓRIA SERÁ NOSSA!

- Você se sente mal compreendido?
- Você vive deprimido?
- Você acha que se cortar alivia a sua dor interna?
- O DSBM te conforta?

ENTÃO SE MATE!

A vida não perdoa fraqueza." (Texto encontrado no facebook da banda Umbra Morta).






Alver 1349 – Excelente texto, explica bem como anda a atual cena Black Metal, repleta de perdedores, vermes oportunistas, atraídos pelo estilo de cultura de massa que só satisfaz sua ganância através do dinheiro, poder e status. Quanto às bandas que propagam o uso de drogas ou álcool, fica a critério de cada banda e seu uso vai por conta de cada um, propaga quem quer, e usa quem quer, acredito que ae fica uma questão criteriosa de cada indivíduo. O texto explica claramente como o Black Metal deve ser, sem fraquezas, e neste ponto concordo com a sua crítica as drogas, no interior da questão, o uso de drogas ocasiona uma fraqueza do ser humano e como forma de se aliviar das tristezas e usa a droga como um modo de escapismo dos problemas da vida.


Se você tem problemas ou esta em desgosto com sua vida, corra atrás para mudar este quadro, seje forte, lute por seus ideais e não se afunde nas drogas achando que sua vida vai melhorar, pois apenas você se afundara ainda mais neste mundo ilusório que a droga lhe traz, e quando esta ilusão acaba só sobra a triste realidade....


E se você encaixa-se em todas as indagações finais do texto, você tem apenas estas opções: se tratar ou mudar sua realidade para sair desta situação, ficar nesta merda de vida (aproveite este seu estado de inércia e procure outro estilo de som para curtir que não seja o Black Metal, pois com certeza esta linha do metal ou todo o metal em si não se encaixa com um fracassado como você), ou então siga a dica do texto mesmo, SE MATA, talvez seja um favor que você faz para o mundo. 

“NÃO APOIE A CENA


Depois que o Death e o Black Metal fizeram as suas contribuições significantes, um grito ecoou: apoie a cena!

Isso quer dizer que você deveria ir aos shows locais, comprar materiais e dar subsistência monetária e publicidade para as bandas locais de alguma forma.

Mas eles deixaram vago um ponto chave: quais bandas locais?

Na verdade, eles não querem que você faça essa pergunta. São todas as bandas locais. Dessa forma, mesmo as bandas que não tem nenhum talento vão conseguir vender materiais e música porque, sabe como é cara, apoie a cena!

De fato, o "apoie a cena" na verdade significa "acabe com o controle de qualidade". Deixe de tentar ter boas bandas, vamos apenas ter muitas. Dessa forma, todos podem entrar na brincadeira sendo tão legal quanto Euronymous ou Azagthoth.

Eu tenho uma filosofia diferente: apoie as boas bandas e ignore as ruins. Essa ideia é às vezes chamada de "seleção natural". Significa que se você quer uma cena forte, você apoia apenas os candidatos fortes e deixa os fracos perecerem.

As pessoas que entraram no metal depois de 1994 não têm ideia de quão cruel, seletiva e intolerante à antiga cena era - ou o quanto isso foi beneficial à própria. As pessoas ignoravam bandas que não eram um grande conjunto: música, letras, nome, imagem, música, produção, arte visual e personalidade. A cena era mais elitista do que os atuais hipsters pseudo-elitistas sonhariam em ser.

A cena era completamente hostil a pessoas que não a entendiam, e era uma cultura complexa e insular, tão alienada do mainstream, que via qualquer um que ainda acreditasse que a sociedade tivesse algum futuro como uma falha mental. Ela via a sociedade como algo insano que caminhava para a sua própria queda. A cena percebia como a vida moderna era construída de muitas mentiras antigas, amaciadas e polidas para parecem brilhantes e novas.

O underground não é um lugar para quem quer se enturmar. Não é um lugar para embalistas. Não é um lugar para as pessoas que, não tendo nada para se importar, saem buscando por uma "identidade" que eles possam construir a partir de coisas que eles compram e de eventos que frequentam.

Não apoie a cena. A cena é um parasita. Apoie as boas bandas de metal, e morte ao resto”. (Texto retirado do facebook da banda Umbra Morta).


Alver 1349 – Texto de complexa interpretação devido à amplitude do seu significado proposto pelo título:


“Não apoie a cena”.

Fica em cheque esta questão, pois antes vem uma indagação que se faz necessária: O que é a cena?

Acredito que o autor se preocupou mais em analisar os lados negativos desta “cena” e deixou de lado os aspectos positivos que ela pode ocasionar com sua existência. Assim como o autor, muitos envolvidos com o Black e o Death Metal, principalmente os mais antigos cultuadores, desmerecem ou descreem deste termo devido ao descrédito que a mesma ganhou com o tempo (devido falta de união entre membros, falta de interesse em se levar a frente suas ideologias, ou mesmo o abandono de vários integrantes), ou que a mesma nunca existiu, restando apenas fortes guerreiros que ainda carregam a chama negra acessa em focos isolados.

Apesar deste termo entre muitos círculos de apreciadores do metal extremo esteja em desuso, eu particularmente acredito e acho viável o uso deste termo, mesmo estando muito dilacerado e despedaçado, a meu ver, carrega em si um conceito de união entre indivíduos que compartilham dos mesmos ideais, gostos musicais, entre outras características que os unem.

Creio que a “cena” é feita por cada um e você, sendo a pessoa única que é, cria sua própria cena, com seus conceitos, significados e crenças. E vai estar inserido em um círculo de pessoas que concordam (ou pelo menos em parte) com o que você pensa e diz, e este pequeno grupo pode ser chamado de cena, que pode ser na sua cidade, na sua rua, ou na internet, o que importa é lutar por suas convicções, não se rendendo a esta corrompida sociedade.

Compreendo e compactuo com o texto quando é colocado em pauta o tema da cena pré 1994; Sim é verdade que a intolerância da antiga cena a tornou muito mais seletiva e cruel em padrões de escolha que julgavam necessárias para definir as verdadeiras bandas como: letras, musicalidade torturante com poucos recursos e sem uso de teclados ou vocais femininos, ideologias e praticas reais do que acreditavam, sendo tudo isto somado à muita personalidade.

Este excesso de intolerância a fortalecia na expurgação de qualquer oportunidade do mainstream se infiltrar na cena. Ela via a sociedade como decadente e que se guiava para o seu fim. Com isso, o caos, a guerra e o holocausto deveriam ser impostos a esta sociedade que tentava se erguer em meio ao orgulho filosófico em que a antiga cena estava inserida. Morte a tudo que é moderno, feliz, e de fácil aceitação pela massa de manobra.

Discordo quando afirma que o underground não é um lugar para se enturmar, acredito que sim, pois de acordo com um dos sinônimos da palavra enturmar, (Ex: aproximação) creio que deva acontecer sim no meio underground a aproximação entre os focos isolados de velhos e verdadeiros membros, os tornando mais fortes e coesos, para, quem sabe um dia, ver renascer os anos de glória que infelizmente ficaram no passado.

Ao final do texto, me ajusto com o afastamento dos “embalistas” do movimento, pois o mesmo deve ser formado somente por pessoas sérias e que compreendem de verdade sua filosofia, e não por fracos sem identidade, que acreditam que comprando materiais e usando camisas de banda vão se encaixar dentro do estilo, mas como são apenas fracassados oportunistas, o tempo se encarrega de afastá-los deste glorioso circulo.

Apoie o que há de bom para ser oferecido pela cena, unam-se aos verdadeiros guerreiros e bandas e morte ao resto.

"Qual era a "mensagem" do Black Metal? Assim como muitas coisas interessantes, ela não está apenas num formato de x=y. Em vez disso, temos algumas imagens na superfície e devemos ir até o fundo para encontrar a ideia original. 

The True Mayhem 




O Black Metal expressava um amor pela natureza, uma melancolia sombria, um atavismo feroz, uma aparente alegria na morte e inverno e uma adoção da seleção natural como um teste decisivo para a humanidade. O Black Metal amava a crueldade, os sons sombrios e degradados, as antigas ruínas e as antigas culturas. Odiava o McDonald's, a religião organizada, os modismos, a "diversão" e a inclusão social.

A essência do Black Metal pode ser descrita como 'anti-social'. Desprezava todas as circunstâncias onde as regras sociais - quem é popular, quem é lastimado - tomavam o lugar de uma visão (baseada na realidade, na emoção pessoal crua, na natureza e na visão ampla da história) das ações e das suas consequências.

Para aqueles que amam o Black Metal, tal gênero deve ser maligno. Deve abraçar o caos, a natureza e um mundo fora da "segurança" das leis, da polícia, dos produtos devidamente embalados, dos direitos e da atitude social de amor e confiança. O Black Metal quer um mundo em constante conflito com o fogo, para que o esquecido, o mais forte e o mais nobre se ergam acima das ruínas. Quer que a vida seja um constante desafio, uma batalha onde a grande vitória e a grande derrota sejam ambas possíveis. Quer tudo isso, em vez desse mundo medíocre onde todo mundo está "seguro", mas que não há nada para se viver, para se lutar, apenas a aceitação do rebanho.

O Black Metal rejeitou o rebanho. Rejeitou o individualismo, porque o individualismo - o desejo de estar à frente fazendo o que todas as outras pessoas fazem - formam a base do conformismo que dá poder ao rebanho. Na verdade, o Black Metal tomou para si o tipo de individualidade de um pensador inteligente buscando no mundo um significado que só pode ser alcançado pela auto definição através da ação.

Capa do álbum do Sarcófago intitulado Rotting (Apodrecendo) uma das capas mais polêmicas do Black Metal em todos os tempos, representando bem como o estilo queria o caos e a destruição dos valores Judaico-Cristãos.
 
"O Black Metal é tão extremo que nem todo mundo pode fazer parte dele. Não é nenhum entretenimento divertido de crianças tontas para depois do colégio". (Oystein Aarseth)


Quanto mais e mais pessoas entram para a sociedade "segura" e consumista, a sabedoria do Black Metal se torna mais clara. Ela não pôde salvar o Black Metal da sua erosão.

Não foi tanto a destruição de uma ideia, mas a subversão de uma ideia por aqueles que queriam participar, então distorceram a música para que ela se ajustasse a um papel social onde eles poderiam ser individualistas importantes também. Mas isso não apagou a mensagem. Na verdade, isso a tornou mais forte. 

No mosh – No core – No fun – No Trends" (Não ao mosh – Não ao sem cérebro – Sem gracinhas – Sem modismos) . (Texto retirado do facebook da banda Umbra Morta).


A expressão No mosh – No core – No fun – No Trends era muito encontrada na gravadora de Euronymous - A Deathlike Silence, impresso na parte de trás da capa de seus lançamentos e era destinada a pessoas que eles não consideravam dignas de estar inseridas no Black Metal ou no Metal como um todo.


Alver 1349 – Perfeito, só o que tenho a dizer sobre este último texto, estou de pleno acordo com suas afirmativas, o interessante que o texto já começa com uma desafiante indagação ao leitor, que já o leva a refletir sobre a proposta do texto, “Qual era a “mensagem” do Black Metal?”. Para todos aqueles que assim como eu tiveram a oportunidade de desfrutar das épocas áureas do Black Metal e viveram a experiência de absorver a sua maligna essência vão se identificar bem com este texto.

Achei um texto bem esclarecedor, que me abriu os olhos sobre alguns pontos de vista não antes analisados por mim no crivo de certas questões relativas às novas atitudes de pessoas e bandas dentro da cena. Eles se adaptaram a esta sociedade podre e meramente consumista que nos domina para atingir os mesmos malditos interesses desta suja sociedade. Acreditava fielmente que isto seria a degradação do Black Metal e vi que neste aspecto estava errado (pois quando mais pessoas entram para esta sociedade segura e consumista, mas clara fica a sabedoria do Black Metal, onde apenas os fortes sobrevivem).

Podem tentar destruir, ridicularizar e banalizar o Black Metal, mas uma coisa não tem como ter fim: a “IDEIA”. Não tem como matar uma ideia, denegri-la ou desintegrá-la, e para aqueles que se mantêm firmes nesta estrada há muito tempo sabem disso, e estes acontecimentos, no final das contas, tiveram sua contribuição para dentro do estilo, mostraram ao próprio Black Metal que ele necessitava desta “seleção natural”, mostrando como o Black Metal conseguiu se adaptar e sobreviver com o passar dos anos, e todos aqueles que não se identificaram com esta grande “ideia” que é o Black Metal, foram sumindo e sendo expurgados do movimento, provando que isto não apaga sua mensagem, apenas a torna mais forte.
  
Black Metal – Força, Honra e Orgulho.   



Agradecimentos: 

Deserto de Azazel: Parceiro e também um dos criadores do Blog Cultura do Metal Negro.

Site Death Metal Underground:  http://www.deathmetal.org/news/no-mosh-no-core-no-trends-no-fun/

Banda Umbra Morta por gentilmente ceder alguns textos: https://www.facebook.com/UmbraMorta?fref=ts

Link para ouvir Umbra Morta - Legiões Acausais: https://www.youtube.com/watch?v=7d9q6s52Mt0


Texto montado, ilustrado e comentado por ALVER 1349.